segunda-feira, novembro 13, 2006

Jabor, Mainardi e Jô

Conheço muito bem o Diogo Mainardi. É um “mané”, como se diz aqui no Rio. Ele, o Diogo, nasceu em São Paulo, mas vive entre Veneza, São Paulo e Rio. Ele sempre mete o malho no Brasil mas quando está em Veneza e uma das suas crias que tem paralisia cerebral precisa de atendimento médico, ele volta correndo para o Rio atrás do médico especialista que atende sua cria. Aqui em Ipanema, sou vizinho dele e do Ali Kamel e, ultimamente, quando estou correndo na orla da praia, tenho visto o baixinho do Diogo, com seus 1,67m de altura, mais triste e cabisbaixo. Aliás, ele sempre foi triste e cabisbaixo.

O Diogo tentou ser cineasta, assim como o Jabor e fracassou; assim como o Jabor, tentou ser escritor e fracassou; Tentou, assim como o Jabor, incorporar o espírito do Paulo Francis no Manhattan Connection e fracassou; Paulo Francis! Sai que esses corpos não te pertencem! Diogo e Jabor tentaram ser jornalistas e fracassaram. Ele, o Diogo, assim como o Jabor e o Jô Soares se acham intelectuais, mas todos os três só têm o segundo grau. O Jabor se diz advogado, mas só assistiu algumas aulas no primeiro semestre e desapareceu da faculdade.

O Diogo diz que cursou algumas aulas de economia na Inglaterra e abandonou para ler os livros do Gore Vidal, emprestados pelo Ivan Lessa. Tá. E daí?

O Diogo agora está fazendo dobradinha com o Marcelo Madureira, do Casseta & Planeta. O Marcelo Madureira, que na década de 70, fazia parte do Diretório Central dos Estudantes da PUC-Rio, e que fracassou quando administrava o bandejão da Universidade e foi expulso da administração pelas várias bobagens que fez.

A Cora Rónai que também critica o Lula pela baixa escolaridade, também não tem curso superior e foi levada pelo Millôr Fernandes quando ela tinha 17 anos de idade para trabalhar n´O Globo. Diz ela que o Millôr se baseou “somente nos textos dela” como critério para empregá-la no jornal.

O Jô costuma dizer que o curso que ele fez na Suíça não é reconhecido no Brasil, mas nunca diz que curso é esse que ele fez por lá. O Jô é filho único de um casal de grã-finos que morava no Copacabana Palace. Durante a ditadura, ele se auto-exilou em um hotel 5 estrelas no Chile, para ficar bem com a classe artística.

De famílias de posses, os três sempre tiveram condições para estudar, mas nunca estudaram e se acham no direito de criticar e humilhar o Lula, como fez o Jô, semana passada, no seu programa durante a entrevista com a Miriam Leitão.

Saber mais é fácil. Saber melhor, só a vida ensina.

Esses três só fazem sucesso em uma parte da classe média e “nouveau-riches” que se acham cultos e clássicos por ler livros do Sidney Sheldon, Veja, assistirem ao Jô, Manhattan Connection e por ter descoberto, recentemente, a culinária japonesa e que não conseguem perceber que o programa do Jô explora um filão já esgotado e que é uma imitação barata de um programa norte-americano, desde a aparência dos músicos, cenário e até a claque.

A classe média tem grande poder de mobilização, mas suas aspirações a levam a vacilar nos momentos mais importantes. Foi assim em 1917, na Rússia, ou em 1964, no Brasil. Basta a simples ameaça de se afastar dos ricos sua maior aspiração e se aproximar dos mais pobres seu maior pesadelo para que a classe média, mesmo a mais radicalizada, se apavore e afine a valentia.

O discurso da classe média é extremamente moralista, marcado com o ferro e o fogo do preconceito de quem ainda não se definiu como classe, e sectário na medida em que o cartão de crédito começa a zerar.

É isso que faz a aliança de setores das elites com uma parcela alienada da classe média, que se informa pela televisão, entrega sua emoção às telenovelas e sua formação a porta-vozes do pensamento conservador, aos quais se abrem muitos dos principais meios de comunicação. Não lhes importa que a política econômica venha tendo êxito que os beneficia.

Ricos e intelectuais não lêem a Veja, Jabor ou assistem ao Jô e ao Manhattam Connection.

Os verdadeiros ricos e intelectuais, mas nem todos os seus herdeiros, se preocupam com os mais pobres e não humilham.

Stanley.

http://oposicaonoparedao.blogspot.com

2 comentários:

Giuseppe disse...

COMO PROVA DE FOGO, SUGIRO SUBMETER QUALQUER
NEO-INTELECTUAL E NEO-DEFENSOR DA TELE-DEMAGOGIA
AO SEGUINTE TESTE:

PERGUNTE A ELE O QUE ACHA DE SE SUBMETER À VONTADE
DA POPULAÇÃO ATRAVÉS DE VOTAÇÕES (COMO MUITOS TEM MEDO
DE FAZER... FHC SAUDAÇÕES) REGULARES DE 4 EM 4 ANOS, OU
MAIS RADICALMENTE AINDA: CONSULTAS ´PERIÓDICAS EM TEMAS
RELEVANTES (AUDITADAS).
VEJAM SUGESTÕES EM:
http://vozdasgerais.blogspot.com
e também
http://www.petitiononline.com/Brasil/petition.html
EM RESUMO, QUE TAL EXPANDIR O
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
PARA ESTADOS E UNIÃO?
PENSEMOS!

Cordialmente

Giuseppe Campos Vicentini

..... disse...

O orçamento participativo não funciona na prática, se for um pouquinho realista entenderá isso!
Simplismente pela falta de amadurecimento da população. Já fui a secçõs do mesmo aqui em BH em que um bairro pouco abastardo tinha que decidir entre a melhoria de um posto de saúde ou construção de uma quadra de futebol na escola pública de lá... quero que imagine qual ganhou (e como ganhou)

No que tange o texto não vou nem comentar de uma forma geral, mas tem uma coisa que não consigo deixar passar, quando diz "uma das suas crias que tem paralisia cerebral precisa de atendimento médico, ele volta correndo para o Rio atrás do médico especialista que atende sua cria." Isso me da asco, sinceramente, é de uma falta de tato total;

sinto muito se o ofendi, mas acredito que deveria repensar alguns pontos.

(apesar do que pelo que vi, você estar pouco flexível a isso.)