domingo, dezembro 31, 2006

Em 2007, queremos...


















...Queremos paz, queremos construir una vida mejor para nuestro pueblo y, por eso, eludimos al máximo caer en las provocaciones maquinadas por los yanquis, pero conocemos la mentalidad de sus gobernantes; quieren hacernos pagar muy caro el precio de esa paz.
Nosotros contestamos que ese precio no puede llegar más allá
de las fronteras de la dignidad.*


é esta paz digna de que fala Ernesto Che Guevara em seu discurso na ONU* em dezembro de 1964 que nós do Vozes do Sul desejamos a todos e todas neste ano novo que começa dentro de algumas horas.

joice e joão lobo

Presentinhos de Ano Novo:
Pra baixar o áudio de parte deste discurso, em mp3, disponibilizamos o arquivo aqui.
E, para ouvir este trecho na belíssima canção Queremos, com os franco-argentinos do Gotan Project e Yann Tiersen, é só clicar aqui.


Quando os abutres julgam


Quaisquer que fossem os crimes de Saddam Hussein, eles são insignificantes perante os dois milhões de mortos que o imperialismo americano já produziu no Iraque. Diante da magnitude dos crimes de Bush pai, Clinton e Bush filho, Saddam Hussein parece uma criatura verdadeiramente angelical. O tribunal fantoche de Bagdad, constituído sob a bota da tropa de ocupação estadunidense & britânica, não tem qualquer legitimidade, legalidade e nem sequer decência para julgar seja quem for. A verdadeira justiça no Iraque só poderá começar quando forem expulsos os invasores. Até lá, a execução de Saddam Hussein será apenas mais um dos milhentos crimes perpetrados pelo imperialismo americano.

Ilustração do Latuff
Nota lá do resistir.info

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Adeus ano velho..











Pra quem estiver por Satolep, nada melhor do que festejar o início do novo ano ao som da Helô - famosa na cidade e no Estado por seu bom gosto e conhecimento de música, em especial da música brasileira.
A festa vai ser no Katanga's ou, pros mais antigos, Bar do Hélio - e, segundo a Helô, o som não pára antes das 10 horas da primeira manhã de 2007. Estaremos por lá.

Ainda, hoje no Minifúndio Cyber Café tem "ensaio" da festa de ano novo da Helô. É só chegar, a partir das 21 horas.

Resta atravessar a rua

Beatriz Fagundes

À cidadania que não concorda com o tarifaço, com o congelamento de salários e outras garfadas que se avizinham, resta atravessar a rua.

A governadora que toma posse ainda durante a ressaca das comemorações do fim de mais um ano velho se elegeu prometendo “um jeito novo” de governar na cabeça de todos os gaúchos. Mesmo os que nela não votaram, ganharam um tarifaço, um pacotaço! “A montanha pariu um rato”, aliás, o mesmo ratinho de sempre que penetra em todos os nossos dias e noites. Até dormindo pagamos impostos. Vamos dar nomes aos bois: Não se trata de prorrogação do tarifaço de 2004. Não! É um novo tarifaço, e mais pesado que o último.

Vamos por partes
Nos primeiros três meses, as alíquotas deverão retornar aos valores anteriores ao pacote que se convencionou chamar de Rigotto, mas que, a bem da verdade, foi aprovado por todos os partidos que hoje são a base de apoio da governadora. Serão reincidentes, portanto, em decidir por todos nós, gaúchos, pelo aumento de impostos. O PSDB, PMDB, PP, PL, PDT, PTB e PPS – falta, por enquanto, o PFL, que vai decidir amanhã se participa do governo ou não, se aprova ou não o segundo tarifaço – aprovaram o primeiro tarifaço em 2004, depois deixaram o governador, que agora se despede literalmente com o “pincel na mão”, sendo cobrado solitariamente por uma ação de conjunto. Os mesmos, rigorosamente os mesmos partidos que administraram e estão nos últimos quatro anos, retornam com retoques de botox. Mas são os mesmos!

A governadora propôs, e agora?
Cabe ao Executivo elaborar projetos e apresentá-los aos dignos representantes dos eleitores, seus também dignos representados. Até ontem, o jogo era jogado no silêncio da turma da transição. Uma jogada tão silenciosa que sequer o vice-governador, o empresário antitarifaço Paulo Feijó, ou o PFL, foram chamados para conversar. Onde andarão o deputado Onyx Lorenzoni e o senador Sérgio Zambiasi? Diz o velho ditado: “Em época de muda, passarinho não canta!”. Seria importante uma posição dos deputados federais, alguns futuros estreantes em Brasília. Ora, é claro que suas excelências são contra o aumento da carga tributária!

Vamos atravessar a rua
A governadora precisa negociar, é óbvio, e as negociações estão difíceis. Ninguém tem lembrança de um governo que nem iniciou e já recebeu dois pedidos de demissão de secretários de Estado! É inédito. Ontem, ainda restava uma secretaria e dois cargos no Banrisul. Podem ter sido preenchidos nas últimas horas. Mas, agora, a governadora começa o seu dia-a-dia na governança. À cidadania que não concorda com o tarifaço, com o congelamento de salários e outras garfadas que se avizinham, resta atravessar a rua. Serão cerca de 60 horas entre a apresentação da proposta decente ou indecente, depende do lado que cada um está, para que os 55 deputados ouçam as vozes roucas das ruas e decidam em nosso nome. O que a ninguém é permitido, até por uma questão de respeito às tradições do Rio Grande, é alguém dizer que não sabia das reais condições econômicas do Estado. No início do segundo turno, tudo foi revelado pelo governador Rigotto. Além do mais, o futuro secretário da Fazenda, doutor Aod Cunha, foi presidente da Fundação de Economia e Estatística e eleito o Economista do Ano de 2004.

Congelar salários e reduzir gastos
Esse surge como o novo jeito de governar. Torcemos para que dê certo. Foi bom saber, pela própria governadora, que houve “uma conspiração do universo” para sua eleição. Isso afasta temores, certamente infundados, de que teremos meses ruidosos pela frente. Como será feita a adequação entre administrar com qualidade se a idéia é reduzir em 30% o custeio da máquina? Salários congelados, falta de insumos, equipamentos, falta de pessoal, afinal, todos os funcionários contratados das escolas da rede pública estadual estão sendo demitidos no próximo dia 31. Ninguém poderá chegar, na volta das férias, e dizer que não sabia. Trata-se da crônica do desastre anunciado. Espera-se que não. O governo da doutora Yeda Crusius tem que dar certo. Estamos todos no mesmo barco. Se alguém deve ser cobrado hoje, eles estão no Palácio Farroupilha, são herdeiros da herança farrapa, que até hoje se canta em prosa e verso. Aliás, pelo andar das carretas, anda mesmo só em prosa e verso.

Notícias do Jornal O Sul do Dia 27/12/2006

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Estes natais sinistros

Quem me conhece sabe bem a bronca que tenho com estes tempos natalinos, tanto por motivos pessoais quanto políticos - acho que é a época em que a sensação de invasão e estupro cultural fica mais nítida com tanta árvore decorada com imitações de neve (neve!!!) e papais noéis com seus trenós espalhados por todos os cantos. Pois outro dia, lá no resistir.info, tropecei nesta maravilha de texto do Gabriel García Márquez que é uma bela expressão deste meu sentimento e atitude, imagino eu compartilhados por muitos, nesta época do ano. Resolvi, entonces, postar aqui o original em espanhol que peguei lá do Indymedia, mas quem preferir ler a tradução em português, é só clicar aqui.


Estas Navidades siniestras
Por: Gabriel García Márquez.

Ya nadie se acuerda de Dios en Navidad. Hay tanto estruendo de cornetas y fuegos de artificio, tantas guirnaldas de focos de colores, tantos pavos inocentes degollados y tantas angustias de dinero para quedar bien por encima de nuestros recursos reales que uno se pregunta si a alguien le queda un instante para darse cuenta de que semejante despelote es para celebrar el cumpleaños de un niño que nació hace 2.000 años en una caballeriza de miseria, a poca distancia de donde había nacido, unos mil años antes, el rey David. Novecientos cincuenta y cuatro millones de cristianos creen que ese niño era Dios encarnado, pero muchos lo celebran como si en realidad no lo creyeran. Lo celebran además muchos millones que no lo han creído nunca, pero les gusta la parranda, y muchos otros que estarían dispuestos a voltear el mundo al revés para que nadie lo siguiera creyendo. Sería interesante averiguar cuántos de ellos creen también en el fondo de su alma que la Navidad de ahora es una fiesta abominable, y no se atreven a decirlo por un prejuicio que ya no es religioso sino social.

Lo mas grave de todo es el desastre cultural que estas Navidades pervertidas están causando en América Latina. Antes, cuando sólo teníamos costumbres heredadas de España, los pesebres domésticos eran prodigios de imaginación familiar. El niño Dios era más grande que el buey, las casitas encaramadas en las colinas eran más grandes que la virgen, y nadie se fijaba en anacronismos: el paisaje de Belén era completado con un tren de cuerda, con un pato de peluche más grande que un león que nadaba en el espejo de la sala, o con un agente de tránsito que dirigía un rebaño de corderos en una esquina de Jerusalén. Encima de todo se ponía una estrella de papel dorado con una bombilla en el centro, y un rayo de seda amarilla que habría de indicar a los Reyes Magos el camino de la salvación. El resultado era más bien feo, pero se parecía a nosotros, y desde luego era mejor que tantos cuadros primitivos mal copiados del aduanero Rousseau.

La mistificación empezó con la costumbre de que los juguetes no los trajeron los Reyes Magos -como sucede en España con toda razón-, sino el niño Dios. Los niños nos acostábamos más temprano para que los regalos llegaran pronto, y éramos felices oyendo las mentiras poéticas de los adultos. Sin embargo, yo no tenía más de cinco años cuando alguien en mi casa decidió que ya era tiempo de revelarme la verdad. Fue una desilusión no sólo porque yo creía de veras que era el niño Dios quien traía los juguetes, sino también porque hubiera querido seguir creyéndolo. Además, por pura lógica de adulto, pensé entonces que también los otros misterios católicos eran inventados por los padres para entretener a los niños, y me quedé en el limbo. Aquel día -como decían los maestros jesuitas en la escuela primaria- perdí la inocencia, pues descubrí que tampoco a los niños los traían las cigüeñas de París, que es algo que todavía me gustaría seguir creyendo para pensar más en el amor y menos en la píldora.

Todo aquello cambió en los últimos treinta años, mediante una operación comercial de proporciones mundiales que es al mismo tiempo una devastadora agresión cultural. El niño Dios fue destronado por el Santa Claus de los gringos y los ingleses, que es el mismo Papá Noel de los franceses, y a quienes todos conocemos demasiado. Nos llegó con todo: el trineo tirado por un alce, y el abeto cargado de juguetes bajo una fantástica tempestad de nieve. En realidad , este usurpador con nariz de cervecero no es otro que el buen San Nicolás, un santo al que yo quiero mucho porque es el de mi abuelo el coronel, pero que no tiene nada que ver con la Navidad, y mucho menos con la Nochebuena tropical de la América Latina. Según la leyenda nórdica, San Nicolás reconstruyó y revivió a varios escolares que un oso había descuartizado en la nieve, y por eso lo proclamaron el patrono de los niños. Pero su fiesta se celebra el 6 de diciembre y no el 25. La leyenda se volvió institucional en las provincias germánicas del Norte a fines del siglo XVIII, junto al árbol de los juguetes, y hace poco más de cien años pasó a Gran Bretaña y Francia. Luego pasó a Estados Unidos, y éstos nos lo mandaron para América Latina, con toda una cultura de contrabando: la nieve artificial, las candilejas de colores, el pavo relleno y estos quince días de consumismo frenético al que muy pocos nos atrevemos a escapar. Con todo, tal vez lo más siniestro de estas Navidades de consumo sea la estética miserable que trajeron consigo: esas tarjetas postales indigentes, esas ristras de foquitos de colores, esas campanitas de vidrio, esas coronas de muérdago colgadas en el umbral, esas canciones de retrasados mentales que son los villancicos traducidos del inglés; y tantas otras estupideces gloriosas para las cuales ni siquiera valía la pena de haber inventado la electricidad.

Todo eso, en torno a la fiesta más espantosa del año. Una noche infernal en que los niños no pueden dormir con la casa llena de borrachos que se equivocan de puerta buscando donde desaguar, o persiguiendo a la esposa de otro que acaso tuvo la buena suerte de quedarse dormido en la sala. Mentira: no es una noche de paz y amor, sino todo lo contrario. Es la ocasión solemne de la gente que no se quiere. La oportunidad providencial de salir por fin de los compromisos aplazados por indeseables: la invitación al pobre ciego que nadie invita, a la prima Isabel que se quedó viuda hace quince años, a la abuela paralítica que nadie se atreve a mostrar. Es la alegría por decreto, el cariño por lástima, el momento de regalar porque nos regalan, y de llorar en público sin dar explicaciones. Es la hora feliz de que los invitados se beban todo lo que sobró de la Navidad anterior: la crema de menta, el licor de chocolate, el vino de plátano. No es raro, como sucede a menudo, que la fiesta termine a tiros. Ni es raro tampoco que los niños -viendo tantas cosas atroces- terminen por creer de veras que el niño Jesús no nació en Belén, sino en Estados Unidos.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Mortos dos EUA no Iraque superam o número de vítimas nos atentados de 11/9.



Segundo notícia da AFP, mais estadunidenses morreram na invasão do Iraque do que em decorrência dos atentados de 11 de Setembro de 2001. No Iraque o número de mortos atingiu hoje a cifra de 2.975, superando as 2.973 vítimas fatais dos atentados de 2001.

Já em relação aos iraquianos mortos, a grande imprensa parece que perdeu a conta. Por isso, vale aqui refrescar a memória sobre alguns números:

Segundo artigo de Carlos Varea, professor de Atropologia da Universidad Autónoma de Madrid e coordenador da Campanha Estatal contra a Ocupação e pela Soberania do Iraq, projeções de um estudo da Universidade John Hoskins de Baltimore, publicado em outubro de 2004 na revista médica britânica The Lancet, o número de iraquianos mortos estava entre 125 mil e 250 mil desde o início da ocupação.

Ainda, estudo mais recente publicado pela mesma revista, mais precisamente no último mês de outubro, e divulgado neste artigo do Iraqsolidariedad, concluiu que entre 2003 e 2006 o número de mortes de iraquianos causadas diretamente pela ocupação está agora em 650.000.

Mais informações, bem como outros artigos do professor Carlos Varea, em espanhol, podem ser encontrados aqui e aqui.

domingo, dezembro 24, 2006

Ameaça à paz "mundial"



Nunca é demais lembrar que quando os estadunidenses falam de ameaça à paz mundial, o conceito de mundial deles é bem pecualiar: mundial = EUA.

Ou seja, armas nucleares são uma ameaça ao "mundo" apenas quando não se trata de países aliados aos ianques.

Sanções contra o Irã


Após dois meses de negociações, O Conselho de Segurança dos Estados Unidos, digo, da ONU, aprovou ontem, por unanimidade, uma resolução que impõe sanções tecnológicas e financeiras ao Irã caso este não suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio, bem como o desenvolvimento de um reator de água pesada, dentro do prazo de 60 dias.

A resolução proíbe o fornecimento de tecnologia e material nuclear ao Irã, congela bens e limita a possibilidade de viagens para alguns indivíduos - coisa, aliás, que os EUA adoram fazer.

Apresentada pelo Reino Unido, França e Alemanha, a resolução foi aprovada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho após superar a resistência de países como China e Rússia. A Rússia se opunha, por exemplo, ao congelamento de bens no exterior de determinados cidadãos e organizações iranianas. Tanto Rússia como Chima têm importantes ligações com o Irã - A Rússia está construindo uma usina nuclear no país e a China tem interesses no setor petrolífero iraniano.

Alejandro Wolf, representante interino dos Estados Unidos na ONU, disse que a resolução envia uma mensagem forte ao Irã de que haverá "sérias repercussões" caso o país continue a desafiar a comunidade internacional. Afirmando ainda: "Não hesitaremos em retornar a esse órgão, caso o Irã não cumpra as exigências feitas". Ou seja, mesmo que a resolução não inclua a possibilidade de uma ação militar, os EUA já estão babando pelo próximo passo.

O governo iraquiano diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, havia ameaçado reconsiderar as relações diplomáticas com os países que apóiam as sanções.

Mohammad Ali Hosseini, porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, afirmou que a resolução é ilegal. Ele disse à TV estatal que o documento "não pode afetar nem limitar as atividades nucleares pacíficas do Irã, mas irá desacreditar as ações do Conselho de Segurança, cujo poder está diminuindo."

Informações da BBCBrasil.com e Agência EFE
Ilustração: Latuff

sexta-feira, dezembro 22, 2006

FELIZ NATAL!


São os sinceros votos de FELIZ NATAL da equipe do blogue VOZES DO SUL!
Que o ano de 2007 seja repleto de conquistas políticas para todos nós!
Sempre à esquerda!
joice e joão lobo

Do Conversa Afiada

LULA E BUSH, UMA COMPARAÇÃO

Paulo Henrique Amorim

Maximas e Mínimas 44

. Assisti, ontem, à ultima entrevista coletiva do Presidente Bush em que ele informou que não sabe ainda o que fazer no Iraque.

. Enquanto falava o presidente americano, tentei compará-lo com o presidente brasileiro. Eis o resultado desse exercício provavelmente inútil:

. Lula se expressa na língua portuguesa muito melhor do que Bush se expressa na língua inglesa.

. Bush tem muito mais dificuldade do que Lula para dar sentido às frases, quando fala de improviso. Associar “sé com mé” não é o forte de Bush.


. Comentei essa dificuldade ao jantar ontem com um amigo americano – provavelmente o único republicano que vota na ilha de Manhattan – e ele mesmo lembrou que, durante um dos debates presidenciais, apareceu um volume nas costas de Bush como se fosse um aparelho de transmissão de som. Será que “sopravam” as respostas para Bush?, perguntou o meu amigo. Fiquei quieto.

. Um repórter perguntou a Bush qual seria o legado do Governo dele. A resposta demonstrou visível irritação: o Governo ainda não acabou não está na hora de falar em legado, disse Bush.

. Na verdade, Bush corre o risco de entrar para a historia como “o pior Presidente dos Estados Unidos”, como me disse o meu amigo republicano.

. Com Lula é o contrario: ao fim dos quatro anos do primeiro mandato, ele é o melhor presidente da História do Brasil, segundo o Ibope.

. Isso, apesar de toda a imprensa americana ter sido a favor – ou omissa – da invasão do Iraque – a ação que vai determinar em que gaveta da História americana Bush vai entrar.

. Lula, ao contrário, contou e conta com a oposição de toda a imprensa brasileira – com exceção da Carta Capital –, em qualquer coisa que ele faça.

. Bush falou o tempo todo em governar com os democratas. Nesse momento, Bush não tem mais o controle da Câmara ou do Senado, e os dois anos de mandato que lhe faltam podem ser um desastre.

. Lula vai ter quatro anos com uma coalizão parlamentar muito mais confortável, com a entrada do PMDB, formalmente, no bloco de poder. Os quatro anos que tem pela frente podem ser um sucesso. (Se o PT deixar...)

. Bush voltou a falar que quer reduzir impostos. Na verdade, ele passou o governo todo a reduzir impostos – dos ricos.

. A prioridade do governo Bush foi a minoria – os ricos.

. A prioridade do governo Lula é a maioria - os pobres.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Tensão está presente por todos os lados em Gaza



Uma simples visita ao complexo presidencial do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em Gaza, é suficiente para sentir como as coisas estão tensas por aqui.

Empunhando fuzis Kalashnikov, membros da unidade de elite Força 17 e da guarda presidencial observam das fendas de suas balaclavas por todos os cantos.

Eles estabeleceram bloqueios feitos de barreiras de concreto e grandes latões de lixo em um raio de 300 metros do complexo presidencial.

Os carros se aproximam dos soldados cuidadosamente. Todo motorista tem de mostrar documentos de identificação. Eles são forçados a abrir seus porta-malas. Os soldados procuram armas e explosivos.

Conforme avançamos para um outro bloqueio a 100 metros da residência de Abbas, seis soldados nos cercam, apontando suas armas contra o carro. “O que vocês estão fazendo?”, um deles grita.

Após alguns minutos, eles nos deixam passar. Mas não antes de um dos soldados dizer em inglês: “Este é um dos lugares mais seguros do mundo”. Ele deve estar brincando.

Tiros

Um cessar-fogo entre os dois principais grupos políticos palestinos, o Fatah e o Hamas, deveria ajudar a conter a violência que já deixou vários mortos na última semana, incluindo três crianças.

Mas tiros eram ouvidos perto do complexo presidencial, com atiradores não identificados disparando contra os prédios.

Os confrontos entre os dois grupos políticos palestinos vêm crescendo desde a surpreendente vitória eleitoral do Hamas sobre o Fatah, no início do ano.

O governo do Hamas vem sendo objeto de um boicote econômico internacional por sua recusa em reconhecer Israel, debilitando a economia palestina.

Após negociações entre os dois partidos não terem conseguido formar um governo de união nacional, que eles esperavam que pudesse terminar com o embargo internacional, os acertos de contas têm acontecido nas ruas palestinas.

Mahmoud Abbas, também líder do Fatah, sugeriu no sábado eleições antecipadas para encerrar a crise. Os líderes do Hamas disseram que isso era uma tentativa de golpe.

Polarização

Muitos palestinos temem que a crescente polarização política leve a um derramamento de sangue ainda maior.

Em nenhum lugar isso é mais claro do que no cruzamento que separa a Universidades Al-Azhar e a Universidade Islâmica, em Gaza.

A Al-Azhar é vista como uma base do Fatah, enquanto a Universidade Islâmica é vista como uma linha de produção de simpatizantes do Hamas.

Na Universidade Al-Azhar, o campus está vazio. Os estudantes respeitam um período de três dias de luto após um estudante de 19 anos ter sido morto nos confrontos.

A cem metros dali, estudantes se concentram do lado de fora da Universidade Islâmica após o fim das aulas.

Um professor, Wael Bashir, disse que todos estão no limite. “Este ciclo de violência precisa terminar agora”, disse. “Caso contrário, eu temo, isso vai durar para sempre.”


por Martin Patience, de Gaza, para BBCBrasil - 19/12/2006.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Um frágil cessar-fogo é instaurado em Gaza, entre o Fatah e o Hamas

Os dois "irmãos inimigos" não conseguem chegar a um acordo; o impasse prossegue, em clima de confronto

Michel Bôle-Richard - enviado especial do Le Monde a Gaza

Uma nova moda faz furor em Gaza: os capuzes. Pretos, evidentemente. Este atributo, que foi utilizado inicialmente pelos membros da Força executiva, a unidade paramilitar do Hamas, generalizou-se muito rapidamente entre os integrantes das forças da ordem do outro campo, o do Fatah.

De agora em diante, as ruas de Gaza são povoadas por homens armados, praticamente todos encapuzados, que permanecem estacionados nas encruzilhadas ou desfilam em grande velocidade em jipes ou em veículos 4 x 4 no topo dos quais está instalada uma metralhadora. Nem sempre é fácil distinguir entre as forças de segurança de um campo ou do outro.

Contudo, as referências e os detalhes não demoram a se tornar familiares, principalmente num período de extrema tensão, como é o caso atualmente. Quando as forças de segurança de um dos partidos estão nas ruas, as outras adotam então um "perfil baixo".

Assim, no sábado, 16 de dezembro, depois do discurso de Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade palestina, em que este convocou eleições legislativas e presidencial antecipadas, as ruas de Gaza estiveram sob o controle das forças leais ao Hamas de modo a mostrar que aquilo que é considerado por este partido como "um golpe truculento" não seria tolerado.

No dia seguinte, houve uma mudança de equipes. Foi a vez das unidades fiéis ao Fatah de se mostrar, enquanto as outras permaneceram discretas. De fato, durante a noite, por volta das 4h, um campo da guarda presidencial de Mahmoud Abbas foi atacado no sul da cidade, numa operação que deixou um morto e três feridos. Este ataque não poderia permanecer sem conseqüências.

Daí a ocupação maciça que tomou conta de todas as ruas da cidade de Gaza. Ruas barradas, encruzilhadas minuciosamente vigiadas. Toda uma armada em pé de guerra.

"Nós precisamos acertar as nossas contas, ou então só nos resta a voltar para casa", explica Abu Zouheir, um membro das Brigadas dos mártires de Al-Aqsa, apertado no seu traje de camuflagem, não longe da sede da presidência. "Foi um crime que eles cometeram. Não podemos deixar passar isso, depois do assassinato de três crianças. Nós estamos aqui para nos defender. Este governo fracassou. Ninguém o reconhece mais. Ele precisa ir embora".

O ataque do campo durante o qual cerca de quinze barracas foram queimadas é considerado como um ato de represálias depois da tentativa de assassinato, na quinta-feira, de Ismail Haniyeh, o primeiro-ministro islâmico, em Rafah. O ciclo infernal das represálias e das contra-represálias está engatado.

No domingo, durante todo o dia, ele vai prosseguir num ritmo sustentado. O comboio do ministro das relações exteriores, Mahmoud Zahar, é metralhado por desconhecidos. Não há nenhuma vítima. Então, uma batalha organizada começa a ser travada entre a guarda presidencial, que assumiu o controle dos ministérios da agricultura e dos transportes, e as forças leais ao Hamas, entre outras as brigadas Ezzedine Al-Qassam.

Vários obuses de morteiro são atirados em direção ao palácio presidencial. Uma jovem moça de 19 anos é morta, atingida por uma bala perdida. Ao menos trinta pessoas foram feridas no decorrer do dia. No final da tarde, um coronel, membro do serviço de segurança do Fatah, é raptado junto com os seus guarda-costas e então morto. O seu corpo aparece jogado na rua.

A espiral de violência que foi desencadeada pelo assassinato de três crianças, em 11 de dezembro, acelerou-se de repente, atiçada pelo discurso do presidente Abbas, até que um frágil acordo de cessar-fogo seja instaurado no final da tarde de domingo. Todos se perguntam se ele vai ser respeitado. De fato, a decisão de Mahmoud Abbas de convocar novas eleições provocou uma nova ruptura entre os irmãos inimigos que são o Fatah e o Hamas.

Vale notar que nenhuma data foi fixada e que o presidente da Autoridade palestina deixou a porta aberta para uma possibilidade de acordo para formar um governo de união nacional que, para ele, continua sendo "uma prioridade".

"A minha escolha não se caracteriza por ser algum luxo ou uma precipitação política", declarou ele no final de um discurso de uma hora e meia. A decisão foi tomada com o objetivo de "sair do círculo vicioso, impedir que a nossa vida se deteriore mais ainda e que a nossa causa fique desgastada". Mas as chances de uma reconciliação despontam como ínfimas.

As duas agremiações não admitem questionar as suas posições. Ismail Haniyeh contesta a "constitucionalidade" de eleições antecipadas, estimando que a Lei fundamental que serve como Constituição não permite que o presidente possa dissolver o Conselho legislativo (Parlamento). Sobretudo, menos de um ano depois do pleito de 25 de janeiro que deu a vitória ao Hamas.

"O que nos prova que eles irão aceitar os resultados de uma nova eleição, enquanto eles seguem recusando os da mais recente? Não há garantia alguma. Trata-se de um retrocesso", sublinhou, na noite de sábado, Ayman, um militante da organização islâmica durante uma manifestação na frente da sede do Conselho legislativo.

Na ocasião, uma multidão impressionante respondeu três vezes "não" às três exigências internacionais que foram apresentadas ao Hamas (reconhecimento de Israel, renúncia à violência e aceitação dos acordos firmados). Efetivamente, a situação permanece na estaca zero.

Cronologia

11 de novembro de 2004: morte em Paris de Iasser Arafat, o chefe da Autoridade palestina e fundador do movimento nacional palestino.

9 de janeiro de 2005: eleição de Mahmoud Abbas à presidência da Autoridade palestina. O Movimento da resistência islâmica (Hamas) não apresenta nenhum candidato.

25 de janeiro de 2006: vitória do Hamas nas eleições legislativas palestinas. Ismail Haniyeh torna-se primeiro-ministro. O Hamas controla todos os ministérios.

27 de maio: Mahmoud Abbas anuncia a sua intenção de submeter a um referendo um programa político que defende a realização de negociações com Israel. Mais tarde, ele volta a insistir nessa iniciativa à qual o Hamas se opõe vivamente.

11 de setembro: anúncio de um acordo entre o Fatah e o Hamas, visando a formar um governo de união. Mas as discussões fracassam.



Texto do Le Monde -
Tradução de Jean-Yves de Neufville publicada no Uol Mídia Global

terça-feira, dezembro 19, 2006

Não me acordem


Luis Fernando Veríssimo

O passado é prólogo. Certos acontecimentos dão força a esta frase, transformam tudo que veio antes em preliminar, em mero antecedente. Ou, para usar outro termo literário, em prefácio. Você se dá conta de que tudo que houve até ali - toda uma vida, toda uma história - foi simplesmente preparação para aquele certo momento, depois do qual nada será como era. E o passado ganha uma lógica que não tinha. Você passa a entender tudo em retrospecto. Tudo tinha um sentido que você apenas não percebera, na falta do momento máximo. A vitória do Grêmio em Tóquio em 83, os anos medíocres, o quase rebaixamento, as finais desperdiçadas, os vexames, as desilusões - tudo era prólogo para ontem.

Agora ficou claro, agora ficou lógico. O próprio destaque como melhores do mundo conquistado pelo Barcelona e pelo Ronaldinho fazia parte da preparação para o nosso 17 de dezembro, que não teria o mesmo gosto épico se o adversário fosse outro. Tudo era armação para aumentar o brilho e o drama do nosso momento máximo. Tudo se encaixava. Ou você pensa que a saída do Pato e do Fernandão, ontem, foi obra do acaso, esse autor sem imaginação? O resultado de ontem veio sendo construído aos poucos, desde antes da fundação do Internacional, antes de Pedro Álvares Cabral, antes de Homero e das Pirâmides.

E eu sabia que havia uma justificativa histórica para o topete do Gabiru.

Há dias a leitora Poliana Lopes me lembrou de um texto que eu tinha escrito, e esquecido. Ela teve a gentileza de me mandar o texto, e eu peço licença para repeti-lo agora. Era assim:

"Meu caro colorado. Desculpe esta carta a céu aberto, é que não sei nem seu nome nem seu endereço. Na verdade, só vi você na rua, de mãos dadas com seu pai e cercado pelos seus irmãos, que vestiam a camiseta do Grêmio (suponho que fossem seu pai e seus irmãos). Você estava com a camiseta do Internacional. Quase parei o carro para olhar melhor, mas não era miragem. Você tinha uns quatro ou cinco anos e estava de camiseta vermelha! Seu pai vestia uma camisa branca exemplarmente neutra, mas posso imaginar como tem sido a sua vida em casa. As provocações, os petelecos, a flauta, o martírio. E lá estava você de camiseta vermelha, o antigo escudo orgulhosamente no peito, desafiando todas as provações. Não sei se você sabe que vários colorados da sua geração não agüentaram e trocaram de time. Levaram pais e avós ao desespero, mas não suportaram a pressão do sucesso gremista. Você agüentou. Você não sabe, mas é um herói. E fiquei pensando que, quando for a nossa vez de novo, teremos certamente a torcida mais dedicada, fiel, convicta e feliz do Brasil. Porque será a torcida dos que resistiram. Agüente só mais um pouco. Meus respeitos."

Mas isto tudo também pode ser um sonho.

Se for, por favor: não me acordem.

Tensão em Gaza


Após uma semana sangrenta que culminou com o anúncio de trégua entre as duas facções palestinas, Hamas e Fatah, segue o confronto sem que haja uma real possibilidade de saída para o conflito. Tal trégua revelou-se extremamente frágil uma vez que após ser anunciada um adolescente de 16 anos foi gravemente ferido por um tiro na nuca ontem pela manhã, durante tiroteio entre membros dos dois grupos, no centro da cidade de Gaza. A informação é do site International Middle East Center - IMEMC.


Para tentar buscar uma compreensão mais ampla dos acontecimentos na Palestina, bem como promovê-la, iremos iniciar a traduzir, sempre que possível, notícias e artigos do International Middle East Center, que tem feito um excelente trabalho no sentido de publicar, em inglês, relatos e reportagens elaborados por pessoas que residem em Gaza e que, portanto, podem oferecer informações da vida cotidiana, fornecendo uma dimensão mais humana e real da situação.

Ainda, segundo o IMEMC, dois oficiais da Autoridade Nacional Palestina foram mortos e outras cinco pessoas foram feridas em dois confrontos distintos entre membros do Hamas e do Fatah na faixa de Gaza, ao meio-dia de hoje (horário local).

Também com o objetivo de promover um maior esclarecimento sobre a tensão na Palestina, reproduzimos abaixo um texto do site BBCBrasil:


Entenda a crise envolvendo facções palestinas

Os territórios palestinos estão passando alguns de seus momentos mais tensos das últimas décadas, com o crescimento da rivalidade entre membros do Hamas, facção que controla o governo, e o Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.

Martin Asser, da BBC, explica as raízes dos confrontos entre membros dos dois grupos.

O que levou ao aumento na tensão?

As facções rivais palestinas, Fatah e Hamas, têm tentado chegar a um acordo quanto a um governo de unidade que iria resolver a crise iniciada pela vitória do Hamas nas eleições de janeiro e um boicote internacional que teve início logo em seguida.

As negociações estão difíceis e, recentemente, chegaram a um aparentemente incontornável impasse. O presidente palestino Mahmoud Abbas tem sugerido novas eleições como forma de resolver o problema.

Por muitos meses, a tensão vem aumentando nos territórios palestinos, que também passam por uma crise econômica, intensificado pelo cerco militar imposto por Israel e pelas sanções – adotadas por causa da recusa do Hamas em reconhecer Israel.

Sem uma solução à vista, dois fatos recentes reforçaram ainda mais a animosidade entre Fatah e Hamas - a morte de três filhos de um chefe de segurança do Fatah e uma aparente tentativa de assassinato contra a vida do premiê Ismail Haniya.

Os dois lados trocam acusações, mas procurar se distanciar de qualquer responsabilidade pelo ataques realizados contra seus oponentes.

Os atuais confrontos entre as facções estão ocorrendo nas ruas das cidades da Faixa de Gaza e da Cisjordânia e ameçam sair fora de controle.

Qual é a posição dos dois partidos?

O Fatah – facção à que era ligado o líder palestino Yasser Arafat, que morreu em 2004 – apoiou a assinatura dos acordos de Oslo, em 1993, mas o avanço não trouxe paz duradoura à região.

Líderes do Fatah continuam acreditando que acabar com os ataques de palestinos contra Israel é a chave para forçar os israelenses a participarem de negociações de paz, levando a à criação um Estado palestino independente.

O Hamas se recusa a reconhecer a legimitidade de Israel ou a desistir da luta armada para retomar para os palestinos os territórios anexados por Israel em 1948 - terra que eles afirmam que foi perdida quando o Estado de Israel foi estabelecido.

O fracasso do processo de paz e as condições difíceis causadas pela ocupação teriam causado a vitória do Hamas nas eleições parlamentares de 2006.

Muitos eleitores palestinos perdeu a confiança no Fatah, que agora é visto como corrupto e incompetente. Legalistas se ressentem por ter perdido o poder pela primeira vez desde o surgimento do partido na década de 60.

Por que as negociações para a formação de um governo de coalizão palestino, com Fatah e Hamas, são tão difíceis?

As visões de mundo do Fatah e do Hamas são fundamentalmente diferentes.

No coração da filosofia do Fatah (e está é a razão de sua aceitação internacional) está seu reconhecimento do direito de existência do Estado de Israel.

No coração da filosofia do Hamas (e esta é a razão de seu isolamento em relação ao ocidente) está sua recusa em desistir da luta contra Israel, a quem acusa de ignorar os direitos palestinos e cuja legitimidade não reconhece.

Está cada vez mais claro que não há como superar estas diferenças, e isto está associado ao fato de que qualquer compromisso no qual o Hamas assuma uma posição de liderança será provavelmente rejeitado por Israel e seus aliados, como os Estados Unidos.

O que pode acontecer agora?

O Hamas afirma que qualquer tentativa de realizar novas eleições seria um golpe contra um governo eleito nos territórios palestinos.

Ainda é preciso ver se Mahmoud Abbas vai pressionar por uma nova votação - ou se será realmente possível realizar esta nova votação, devido à crescente tensão.

Até o momento, os palestinos sempre foram capazes de se controlar quando a violência interna ameaçou transformar suas vidas em um desastre comparável a uma guerra civil.

Isto ocorre em parte devido a importantes laços familiares e entre clãs, que cruzam as linhas entre as facções na sociedade palestina. Qualquer família pode ter um filho no Hamas, outro no Fatah e um terceiro nas forças de segurança palestinas.

Mas a pressão pode estar aumentando demais, e mesmo esse fato pode não ser suficiente para evitar um conflito em escala maior.

Fontes: International Middle East Center, BBCBrasil.com


segunda-feira, dezembro 18, 2006

Voltando... nóis vai, nóis vorta...

Vermelhou!!!



Minha pequena e sincera homenagem aos colorados, muito especialmente ao João, meu amigo-de-fé-irmão-camarada e companheiro de blog.
Parabéns!!!

Gado zero

Governo cria programa para apreender animais que invadiram parques nacionais e começa a doar a carne aos pobres

Por Hugo Marques

O vaqueiro chega sorrateiro. Pula a cerca dos parques nacionais brasileiros e queima a mata nativa. No seu lugar, planta capim e começa a criar gado. Apenas na serra da Bocaina, na divisa entre Rio de Janeiro e São Paulo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) estima que existam 1.500 vacas e bois devastando o que ainda resta de natureza. No Piauí, algumas centenas de bodes cuidam de raspar o que sobrou de parte da vegetação rasteira da serra da Capivara. A lista dos invasores de florestas inclui ainda jumentos e porcos. A invasão atinge principalmente os biomas de uma área de 7% que ainda resta da Mata Atlântica. Mas, antes que muitos parques se transformem definitivamente em fazendas, o Ibama do Rio de Janeiro tomou uma iniciativa inédita, que será adotada em todo o País: a carne dos animais domésticos apreendidos nas reservas naturais vai ser doada para o Fome Zero. A versão ambiental do churrasco para os pobres ganhou o singelo nome de Gado Zero. “Teremos um Natal sem fome”, comemora o superintendente do órgão no Rio, Rogério Rocco. “O gado vai virar alimento para quem precisa de comida.”

Para marcar o lançamento do Gado Zero, na segunda-feira 18 os técnicos do Ibama no Rio irão doar sete toneladas de carne. Nesta primeira fase da distribuição de alimentos, foi feita uma permuta com as indústrias: vacas em troca de carne moída. O primeiro banquete é resultado da apreensão de 74 cabeças recolhidas na serra da Bocaina, numa operação realizada em janeiro, com a ajuda de órgãos como Exército e Polícia Federal. O gado passou por um período de vacinação e engorda e está no ponto de abate. A maior barreira para deslanchar de vez o programa era a logística. Foi nesta primeira operação que o Ibama desenvolveu procedimentos para apreender e distribuir carne de animais domésticos. Foi criada uma rede de parceiros, que inclui ONGs, donos de fazendas e empresas. As operações para recolher gado em reservas eram tão complicadas que os técnicos da Vigilância Sanitária chegaram a interditar a fazenda de um “parceiro” do Ibama, que emprestou o curral para guardar o gado apreendido.
Em uma cartilha que o instituto vai imprimir nos próximos dias, constam orientações para recolher gado em reservas naturais. A simples presença do gado nos parques será caracterizada como crime ambiental. As operações do Ibama irão se estender nas próximas semanas para vários Estados. Em Minas Gerais, os criadores de gado não respeitam nem a memória do escritor Guimarães Rosa. Invadiram o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, no chapadão entre os rios São Francisco e Tocantins. No mesmo Estado, a serra da Canastra também já é vítima da presença de gado. O perfil do vaqueiro é quase sempre o mesmo: o invasor põe fogo numa parte da mata e espalha semente de braquiária. De origem africana, o capim é rústico, resistente e conquista o espaço das espécies nativas, que perdem em competitividade. Um capim também invasor. Para agravar o problema, os animais domésticos que invadem os parques – os predadores criados pelo homem – não têm os correspondentes predadores naturais nas reservas invadidas.

Levantada a extensão da invasão dos parques, o Ibama identificou outros problemas graves: o que fazer com mais de 800 jumentos que invadiram o parque de Jericoacoara, no litoral cearense? Os animais estão comendo a vegetação fixadora de dunas, que garante o movimento sincronizado das montanhas de areia. “Pode ser um desastre irreversível”, lamenta Rogério Rocco. “Esta presença de animais nas unidades de conservação é extremamente preocupante.” Para os técnicos do Ibama, a invasão de jumentos em parques nacionais do Nordeste é fruto do abandono de animais em larga escala. Com o aumento do número de motocicletas para transporte de pequenas cargas, o jumento foi simplesmente descartado.

O projeto Gado Zero chegou ao Ibama de Brasília há duas semanas para ser analisado e foi imediatamente aprovado pela direção do órgão, por unanimidade.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também aprovou a novidade. O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, diz que o programa tem caráter social forte e vai contribuir para preservar as reservas. “O gado destrói as áreas de preservação permanente”, diz Montiel. “Acaba com as matas ciliares e espalha as sementes de capim nas reservas.” Além da retirada dos animais invasores, os técnicos do Ibama querem amplificar o debate sobre as novas frentes de ocupação do solo em florestas. Pelos cálculos do instituto, o País dispõe de 180 mil hectares de áreas desmatadas que estão abandonadas ou são subutilizadas. Esta área corresponde a 180 mil campos de futebol. O Ibama também não aceita a acusação de ser uma barreira ao desenvolvimento. “Não existe visão dogmática contra grandes projetos”, garante Montiel. “A discussão dever ser técnica, de custo e benefício, e não ideológica.”

Contra o aumento imoral de 90,7%

Petição eletrônica contra o aumento imoral dos salários dos deputados federais

http://www.petitiononline.com/oeleitor/petition.html

Faz a tua parte!!!!!!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Enquanto isso, na Gringolândia...


















Cartoon de Daryl Cagle - Politicalcartoons.com

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Proyecto censurado

IV. Las 25 historias top más ocultadas en EEUU en el 2006
Aumentan el hambre y el desamparo en EEUU
por Abid Aslam*, Brendan Coyne*

Foto cortesía de Dylan Tauber.En EEUU aumentan la pobreza el hambre y el desamparo de los ciudadanos pobres «sin casa» que recurren a los programas de asistencia social federales, estadales y municipales, según estudios realizados por agencias gubernamentales en 24 ciudades del país, pero el gobierno de George Bush desea terminar con esa realidad espinuda… eliminando los estudios que miden científicamente las necesidades de los más excluidos en la sociedad estadounidense.

7 de diciembre de 2006

Los homeless «sin casa» están por todos lados en las calles de Estados Unidos.

Ver los otros artículos del Proyecto censurado.

Los estadounidenses con hambre y sin casa ni hogar continuaron aumentando en 2005 en las ciudades de EEUU, a pesar de las anunciadas mejoras en la economía. Sigue en aumento la demanda de servicios vitales para las necesidades de los más desamparados, según el informe anual de la Conferencia de Alcaldes, que viene documentando necesidades crecientes desde 1982.

El estudio registra casos de alimentación de emergencia y de ayuda en alojamiento en 24 ciudades del país utilizando información suplementaria del censo estadounidense y datos del ministerio del Trabajo. En más del 75 por ciento de las ciudades inspeccionadas se reportaron aumentos en la demanda de ayuda en comida y alojamiento, sobre todo entre las familias. Las demandas de ayuda por comida crecieron 12% en 2005, mientras la ayuda de centros y bancos de alimentos creció en sólo 7%. Los proveedores de servicios estimaron que el 18% de las demandas fueron desatendidas. La necesidad de alojamiento siguió una tendencia similar, pues la mayoría de las ciudades informó de aumentos en la demanda para el amparo de emergencia, a menudo insatisfecha debido a la falta de recursos.

Mientras aumentan en EEUU el hambre urbana y la gente sin hogar ni vivienda, la administración Bush está planeando eliminar los estudios nacionales que miden la realidad social y, al mismo tiempo, son ampliamente utilizados para mejorar los programas federales y estatales en favor de los ciudadanos de bajos ingresos y jubilados, informó en marzo de este año el periodista Abid Aslam, escribiendo para OneWorld.net.

«Matar al mensajero»
El presupuesto propuesto por el presidente Bush para el año fiscal 2007 que empieza en octubre del 2006 incluye un plan del Departamento de Comercio para eliminar la Oficina del Censo del Estudio sobre Ingreso y Programa de Participación (Survey of Income and Program Participation, SIPP). La propuesta marca por lo menos la tercera tentativa de la Casa Blanca en otros tantos años por eliminar la recolección de datos federal en los problemas económicos políticamente espinudos. Establecidos en 1984, los estudios de la Oficina del Censo siguen a las familias estadounidenses por varios años y monitorea el uso que hacen de la Ayuda Temporal para las Familias Necesitadas (TANF, en inglés), del seguro social, medicación, salud, seguro de desempleo, cuidado del niño, servicio social y programas de educación.

Unos 415 economistas y científicos sociales firmaron una carta dirigida al Congreso, después que en febrero 2006 se conoció la propuesta del presupuesto federal de Bush, instando a que “el estudio sea consolidado totalmente por tratarse explícitamente del único estudio de gran potencia diseñado para analizar el impacto de una amplia variedad de programas gubernamentales para el bienestar de las familias americanas”.

Heather Boushey, economista de Washington, D.C., del Centro para la Investigación Económica y Política (CEPR, en inglés), le dijo a Abid Aslam: “Nosotros necesitamos saber qué efectos tienen estos programas en las familias americanas. . . El SIPP se diseñó simplemente para esos eso”. Boushey agregó que el estudio se ha demostrado inestimable para rastrear los efectos de los cambios en los programas del gobierno. Tanto como para que en 1996 la ley de reforma de bienestar mencionara específicamente al estudio como el medios más idóneo para evaluar la efectividad de la ley.

Los partidarios de la eliminación del estudio dicen que los costos del programa requieren demasiado: 40 millones de dólares por año. Lo matarían en septiembre y en el futuro lo reemplazarían con un descascarada versión que insumiría 9,2 millones en los costos de desarrollo durante el próximo año fiscal. La recolección real de los datos empezaría en 2009.

Los defensores del estudio alegan que el costo está justificado porque el SIPP “proporciona un arroyo constante de datos en profundidad que le permiten al gobierno, a académicos y a los investigadores independientes evaluar la efectividad y mejorar la eficacia de varios cientos de miles de millones de dólares gastados en los programas sociales,” incluso los resguardos de los sin hogar y la ayuda de comida de emergencia.

Actualización de Abid Aslam
A partir de fines de mayo de 2006, centenares de economistas y de científicos sociales se comprometieron en una campaña por salvar al US Census Bureau’s Survey of Income and Program Participation (SIPP). Ideológicamente, diversos usuarios describen al estudio como un camino abierto y aseguran que ayuda a mejorar la captación de datos para calibrar los efectos en las familias norteamericanas de los cambios en los programas de provisión pública que van desde Medicina a Ayuda Temporal a las Familias Necesitadas y programas de almuerzo en las escuelas.

Muy pocos periodistas se interesaron en la noticia, aunque los usuarios de los datos, incluido el Centro para la Investigación Económica y Política (CEPR), con sede en Washington, cuyos directivos optaron por hacer algo de ruido. Pero al fin de cuentas, el tema aparece como una simple lucha sobre dinero: la administración esta empecinada en cortar casi todos los presupuestos burocráticos (quizás para financiar mejor sus persecuciones políticas en el extranjero) en tanto los usuarios del estudio quisieran que el dinero se gastara en el SIPP porque, según su punto de vista, el programa es valioso y no existe ni se ha propuesto ninguna alternativa factible.

Ese debate aún no está resuelto. Los cabilderos esperaban más acción legislativa en junio y entre ellos, algunos del CEPR están dispuestos a hacer lobby proporcionando nuevos antecedentes. Sin embargo, ¿es sólo una lucha aislada del presupuesto? Este es el tercer intento por eliminar esos fondos de investigación en todos los años que lleva la administración Bush -y en los dos casos anteriores, fueron mantenidos por la presión de los usuarios y abogados.

En 2003, el gobierno intentó matar los informes de Estadísticas de Despidos en Masa del Escritorio de Estadísticas Obreras (Bureau of Labor Statistics BLS), que detallan cuáles son los lugares de trabajo con más de 50 trabajadores que han sido cerrados y qué tipo de obreros son los afectados. En 2004 y 2005 intentaron eliminar las preguntas a los empleadores sobre contratos y despidos de mujeres en los datos sobre empleo que recoge el BLS. Encontrándose entre los artículos más pesados del presupuesto federal, los informes sobre despidos en masa proporcionan datos cruciales para su planificación a las agencias de servicios sociales federales y estadales, así como a quienes escriben crónicas sobre las pérdidas de puestos de trabajo y la llamada “recuperación sin empleo”. El cuestionario sobre las mujeres destapó la discriminación en el empleo.

En otras palabras, los programas SIPP y los trabajos del BLS son políticamente espinosos. Ellos resaltan, sin tener en cuenta lo que algunos políticos y ejecutivos podrían decir, que los problemas económicos y sociales persisten e involucran a las personas reales, cuyas necesidades verdaderas continúan sin solucionarse. Esto evoca el viejo aserto de que existen varios tipos de mentiras, entre ellos las mentiras estadísticas. Si el gobierno cree estar convenciendo, debe ser ampliamente consistente y si los números no apoyan la narrativa, simplemente algo falta por darse. Con el sustento, la oportunidad de vida y los derechos de millones de ciudadanos en la estacada, ésta es una historia más sobre los misterios ocultos en las disputas sobre el presupuesto.

Abid Aslam
Abid Aslam es un periodista estadounidense especializado en política internacional que también escarba en informes oficiales que ponen de relieve la pobreza y cómo se ahondan las crecientes diferencias entre pobres y ricos en EEUU. Además de OneWorld.net escribe en otros medios alternativos y críticos, como AlterNet.org, CommonDreams, Hartford-Hwp.com, AntiWar.com, CounterCurrents.org y TwnSide.org.

Brendan Coyne
Brendan Coyne es un periodista independiente (free lance), colaborador permanente del diario The NewStandard, con sede en Syracuse, Nueva York, donde escribe la columna semanal ’Work Digest’ (Compendio del Trabajo) y regularmente produce informes sobre cuestiones laborales, económicos, libertades obreras y civiles, política internacional y otros temas. Reside en Baltimore, Maryland, se describe a sí mismo como “un adicto a la política y a los medios de comunicación” y, además, trabaja como asistente editorial en The Johns Hopkins University Press. Sus trabajos se reproducen en numerosos medios, entre otros CityPaper.com, DrumMajorInstitute.org y OmbWatch.org.

http://www.voltairenet.org/article144317.html

domingo, dezembro 10, 2006

Já não chove sobre Santiago

O golpe de Augusto Pinochet, em 11 de setembro de 1973 depôs e assassinou o presidente socialista Salvador Allende. Calcula-se que de 10 a 30 mil pessoas foram assassinadas ou tornaram-se desaparecidos políticos durante o regime - famoso pela prática da tortura e execução sistemática daqueles que se opunham a ele. A ditadura de Pinochet, que durou 16 anos, teve apoio dos Estados Unidos - como ficou comprovado em 1999 com a abertura dos arquivos da CIA sobre o golpe de 1973.

Augusto Pinochet morreu hoje, no Hospital Militar de Santiago, sem ter sido julgado pelos inúmeros crimes que cometeu.

Nossa pequena homenagem às vítimas e famílias das vítimas da ditadura sangrenta no Chile: segue abaixo a reprodução integral do último discurso de Salvador Allende, feito pela Radio Magallanes, às 9h10min, do Palácio de La Moneda, já sob bombardeio da Força Aérea, na operação denominada Chove sobre Santiago.


Última alocución de Salvador Allende en "Radio Magallanes"

Seguramente esta es la última oportunidad en que me pueda dirigir a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Portales y Radio Corporación.

Mis palabras no tienen amargura, sino decepción, y serán ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron... soldados de Chile, comandantes en jefe titulares, el almirante Merino que se ha auto designado, más el señor Mendoza, general rastrero... que sólo ayer manifestara su fidelidad y lealtad al gobierno, también se ha nominado director general de Carabineros.

Ante estos hechos, sólo me cabe decirle a los trabajadores: ¡Yo no voy a renunciar! Colocado en un tránsito histórico, pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza de que la semilla que entregáramos a la conciencia digna de miles y miles de chilenos, no podrá ser segada definitivamente.

Tienen la fuerza, podrán avasallarnos, pero no se detienen los procesos sociales ni con el crimen... ni con la fuerza. La historia es nuestra y la hacen los pueblos.

Trabajadores de mi patria: Quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia, que empeñó su palabra en que respetaría la Constitución y la ley y así lo hizo. En este momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes, quiero que aprovechen la lección. El capital foráneo, el imperialismo, unido a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición, la que les enseñara Schneider y que reafirmara el comandante Araya, víctimas del mismo sector social que hoy estará en sus casas, esperando con mano ajena reconquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios.

Me dirijo sobre todo, a la modesta mujer de nuestra tierra, a la campesina que creyó en nosotros; a la obrera que trabajó más, a la madre que supo de nuestra preocupación por los niños. Me dirijo a los profesionales de la patria, a los profesionales patriotas, a los que hace días estuvieron trabajando contra la sedición auspiciada por los Colegios profesionales, colegios de clase para defender también las ventajas que una sociedad capitalista da a unos pocos. Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron, entregaron su alegría y su espíritu de lucha. Me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos... porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente en los atentados terroristas, volando los puentes, cortando la línea férrea, destruyendo los oleoductos y los gasoductos, frente al silencio de los que tenían la obligación de proceder: estaban comprometidos. La historia los juzgará.

Seguramente Radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz no llegará a ustedes. No importa, lo seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes. Por lo menos, mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal a la lealtad de los trabajadores.

El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco puede humillarse.

Trabajadores de mi patria: Tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo, donde la traición, pretende imponerse. Sigan ustedes, sabiendo, que mucho más temprano que tarde, de nuevo, abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.

¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!

Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza, de que mi sacrificio no será en vano. Tengo la certeza de que, por lo menos, habrá una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.

Salvador Allende, Santiago de Chile, 11 septiembre de 1973.
www.salvador-allende.cl

sexta-feira, dezembro 08, 2006

As grandes alamedas

O texto reproduzido abaixo é uma belíssima análise sobre este momento político na América Latina, bem como o processo que o originou, escrita por José Luís Fiori, cientista político e professor da UFRJ, publicada hoje pela Carta Maior. E me fez lembrar das palavras de Tariq Ali, em uma das entrevistas que concedeu quando esteve no Brasil em agosto deste ano para a Festa Literária de Parati - acho que foi na do Roda Viva - onde, ao comentar o fato da democracia estar sendo minada pela aliança entre poder e dinheiro, foi questionado se ele via no mundo alguma esperança, no sentido de efetivamente construir-se uma alternativa ao neoliberalismo e ao chamado Consenso de Washington, e lascou sem qualquer hesitação: "Sim, na América Latina". Pois entonces, tá tudo aí:


“Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir uma sociedad mejor”
Salvador Allende, Último Discurso, 11 de setembro de 1973


O filósofo francês Michel Foucault começa seu livro sobre “As Palavras e as Coisas” citando uma “classificação de animais” de uma enciclopédia chinesa descoberta por Borges, e que parece, à primeira vista, muito divertida. Para os chineses, os animais se dividiriam em “a) pertencentes ao imperador, b) embalsamados, c) domesticados, d) leitões, c) sereias, d) fabulosos e) cães em liberdade, f) que se agitam como loucos, g) inumeráveis, h) que acabam de quebrar a bilha, i) que de longe parecem moscas, j) et cetera, l) incluídos na presente classificação, m) desenhados com um pincel muito fino de pêlo de camelo”. Na verdade, um exercício lógico de construção de um conceito e de uma identidade, num determinado momento milenar do conhecimento biológico chinês.

O estranho, quase divertido, é perceber a semelhança que existe entre esta lista milenar de animais e as classificações recentes da esquerda latino-americana feitas pelos conservadores. Durante a Guerra Fria, a esquerda foi considerada uma força política coesa, e uma ameaça homogênea. Mas agora, segundo os conservadores, as suas divisões e classificações internas são tantas e tão confusas que lembram a classificação dos animais chineses.

No início, só se distinguiam os “normais” e “equilibrados” dos nacionalistas e populistas, mas agora o quadro se complicou, e já se fala normalmente de esquerdistas “a) moderados, b) radicais, c) do bem, d) do mal, e) demagógicos, f) refundacionistas, g) etno-sociais, h) modernos, i) espalhafatosos, g) anacrônicos, h) autoritários, i) pós-modernos, f) nacional-populares, g) pragmáticos, h) nacional-desenvolvimentistas, i) raivosos, j) narcísicos, l) estriônicos, m) pré-históricos, e até m) nazi-fascistas”. No caso da Enciclopédia Chinesa, a confusão pode ser atribuída à Biologia da época. Mas no caso da esquerda latino-americana, e da sua vitória eleitoral, neste ano de 2006, não é provável que a culpa seja apenas da Ciência Política.

É perfeitamente compreensível que alguns não gostem do que está acontecendo. Mas qualquer observador mais atento e objetivo percebe que está em curso uma mudança importante na América Latina, uma mudança com relação à história da própria esquerda e de todos os sistemas políticos do Continente. Basta lembrar que neste início de século XXI, todas as vitórias da esquerda foram democráticas e massivas, por maiorias contundentes e com o apoio ativo de populações que estiveram até hoje isoladas e “recluídas”, nas montanhas indígenas, no submundo urbano, e nos grotões do atraso e da dominação coronelista.

Tudo isto, depois de 20 anos de ditaduras militares de direita, em quase todo Continente, e mais 10 anos de governos neoliberais. Frente a isto, o que se destaca como denominador comum desta nova onda de esquerda, na América Latina, é sem dúvida nenhuma a vontade massiva de mudar, a vontade de não voltar mais para trás, mesmo quando ainda não estejam claras as idéias e os caminhos imediatos do futuro. A esquerda latino-americana governou muito pouco, durante o século XX, e na hora da sua vitória, no início do século XXI, os socialistas e a social-democracia européia estão vivendo uma profunda crise de identidade.

Por isso, o que surpreende neste momento não é a imprecisão das idéias e dos projetos imediatos dos governos eleitos, mas a sua unidade em torno de um grande objetivo central: mudar definitivamente o rumo elitista, racista e subalterno da história latino-americana. Esta novidade histórica exige um renovado esforço teórico, porque já não cabe nos conceitos clássicos da sociologia latino-americana, que se transformaram em jargões, como no caso, por exemplo, do “populismo”, que quer dizer tudo e não significa mais nada.

Em 1944, o historiador e economista austríaco Karl Polanyi publicou nos Estados Unidos uma obra clássica sobre a formação e expansão da “civilização liberal” no século XIX, e sobre as suas crises e guerras no século XX (1) . Segundo Polanyi, as economias e sociedades liberais são movidas por duas forças simultâneas e contraditórias, materiais e sociais. A primeira seria de natureza “liberal-internacionalizante”, que empurraria as economias nacionais na direção da globalização e da universalização dos mercados “auto-regulados”. E a segunda atuaria numa direção oposta, de “auto-proteção social e nacional”, funcionando como uma reação defensiva das sociedades ao efeito destrutivo dos mercados auto-regulados, que ele chamou de “moinhos satânicos”.

No caso dos países europeus, sobretudo no século XX, estes dois movimentos de auto-proteção – nacional e social – convergiram sob a pressão externa das duas Grandes Guerras Mundiais, da crise econômica da década de 1930 e, depois, da própria Guerra Fria. Polanyi considera que foi esta convergência que viabilizou, depois de 1945, o sucesso das políticas de crescimento econômico, pleno emprego e bem-estar social, consideradas heréticas durante a “era de ouro” da “civilização liberal”, entre 1840 e 1914. Mas fora da Europa e dos Estados Unidos, em particular na América Latina, este “duplo movimento” nunca se deu de forma convergente, pelo menos até o final do século XX.

Karl Polanyi não previu a possibilidade de uma “restauração liberal-conservadora” dos mercados auto-regulados, como a que ocorreu depois de 1980. Entretanto, no início do século XXI, multiplicam-se por todo lado os sinais de uma nova reversão ou “grande transformação” – nacional e social – provocada pelas desregulações massivas dos mercados, nas últimas décadas do século XX, e pelo seu impacto destrutivo sobre o mundo do trabalho e sobre a distribuição da riqueza entre as classes e as nações.

A grande novidade, entretanto, é que desta vez, a reação social e nacional está começando pela América Latina, quem sabe graças à “globalização”. E ainda mais, desta vez, ao contrário da Europa e dos Estados Unidos, a convergência das duas forças de que fala Polanyi não está sendo provocado por uma guerra, e o movimento de “auto-proteção” está vindo do social para o nacional, de “baixo” para “cima”. Na forma de um gigantesco movimento democrático, a favor de mais justiça na distribuição nacional e internacional dos direitos, do poder e da riqueza.


* Artigo em homenagem a Eduardo Kugelmas, grande amigo e companheiro de Santiago do Chile, professor da Universidade de São Paulo, falecido no dia 14 de novembro de 2006.

(1) Polanyi, K. (1944/1972), A Grande Transformação, Editora Campus, Rio de Janeiro


*José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Agência Carta Maior

A Prenda Paulista e a Entrevista

de Zé Valdir *

O Rio Grande resolveu
Mudar a história nativista
Por uma atitude ousada,
Moderna e não bairrista
O gaúcho do nosso Estado
Será agora governado
Por uma prenda paulista.

Senhora de muitas letras
Nas academias de além-mares
Dizendo encarnar o "novo"
Modernos projetos e olhares
Foi demonstrar sua competência
Sobre as coisas da Querência
No programa do Jô Soares.

Com estardalhaço e expectativa
Anunciou-se a apresentação
Pessoas e até divindades
Tomaram-se de empolgação
Até São Pedro nesse dia
Ao lado do Teixeirinha
Assistiu televisão.

Jô Soares muito esperto
Foi se fazendo de bacana
E na conversa foi levando
A professora tucana
Sobre os usos da querência
Foi testando a sapiência
Da estudada paulistana.

E a paisana foi se soltando
Com grande desenvoltura
Com ares de sabe-tudo
Da nossa história e cultura
Ate São Pedro padroeiro
E Teixeirinha seu parceiro
Sorriam lá das alturas.

Logo à primeira pergunta
A mestra se atrapalha
Comprometendo o seu saber
Qual fogo em paiol de palha
Como bugalho e pimenta
Confundiu abajur e vestimenta
Ao definir a pantalha.

A sábia prenda paulistana
Sobre o Teixeirinha esclarecia
A homenageá-lo em Passo Fundo
Muitas estátuas havia
Pra quem conhece cidade
Sabe que não é verdade:
Só há uma e não deu cria.

Veio a gafe mais cruel
Da sábia prenda "atucanada"
Chamou "churrasco de mãe"
Sua música mais consagrada
- Um deboche paulistano
Sem graça e sem tutano
Pra gozar com a gauchada.

Teixeirinha lá no céu
Decerto que não gostou
Quando a viu cantarolar
Palavras que não criou
Mas neste pago adorado
Seu filho por ser educado
A paulistana perdoou.

A prenda paulista ensinava
Com grande convicção
Caprichando nos detalhes
Pra mostrar erudição
Que aqui, no Sul, é o pãozinho
Conhecido por cacetinho
Por cacete e cacetão.

'Tudo depende do gosto
E da precisão do vivente
Detalhava a prenda paulista
À vontade e eloqüente
E São Pedro, que é recatado,
Constrangido e contrariado,
De vergonha se fez silente.

Jô Soares insaciável
Ainda não estava contente
Indagou da prenda paulista
Seus planos daqui pra frente
Ela revelou confiante
Que sua meta mais distante
É se tornar presidente.

São Pedro chamou o Brizola
Gaúcho viajado e probo
Que foi opinando firme:
'"Ninguém me tira pra bobo"...
Apontou pro Roberto Marinho:
"Tem cascavel nesse ninho.
É coisa da Rede Globo!".

(O fato: entrevista da Governadora eleita, Yeda Crucius ao programa do Jô Soares, dia 7/11/06. Ver reportagem ZH-8/11/06, pág. 5)
(*) Zé Valdir é professor, militante social, acadêmico de direito e poeta popular, em Porto Alegre.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

'Estagnação' sentida pelos ricos é sinal da queda na desigualdade

Se para os pobres do Brasil o aumento de renda per capita tem sido semelhante à média da China, os ricos experimentaram um crescimento do nível da Costa do Marfim. Redução da desigualdade é isso mesmo, explica especialista do Ipea.

Esqueça a "Belíndia" inventada em meados dos anos 70 pelo economista Edmar Bacha, que depois veio a ser um dos idealizadores do Plano Real. Durante muito tempo, a fusão das condições de vida da Bélgica e da Índia era citada como símbolo do nível da desigualdade no Brasil. Passados mais de 30 anos, a expressão pode estar, desde que seja mantido o ritmo de redução das disparidades de renda nos últimos anos, com os dias contados.

De acordo com Ricardo Paes de Barros, um dos mais consultados especialistas em política social do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), as referências atuais são outras. Se para a parcela mais pobre da população brasileira o aumento de renda per capita tem sido semelhante à média dos ganhos dos festejados chineses, os ricos do território nacional experimentaram um crescimento do nível da nação africana de Costa do Marfim. Isso explica a sensação de que "o País ficou parado", tão comum nos colóquios entre os abonados brasileiros.

"Para que as desigualdades sejam reduzidas, o crescimento dos ricos tem que ser menor. Daí a sensação deles de que o País está estagnado", explicou Paes de Barros, durante o seminário "O Desafio da Redução da Desigualdade e da Pobreza", em debate realizada na última quinta-feira (30). Outros dados comparativos apresentados pelo especialista – resultado de uma publicação de mais de 900 páginas, resultado da colaboração de 42 pesquisadores - ajudam a entender melhor a distribuição desse fenômeno.
O incremento da renda per capita tem atingido a média de 1% ao ano para o conjunto da população brasileira. Para a metade mais pobre do País, esse crescimento foi de 3,7% ao ano. Para os 20% mais pobres, 6%; e de impressionantes 8% ao ano para o segmento dos 10% mais pobres.

O principal desafio está na sustentação da continuidade dessa queda de desigualdade. O Brasil está no grupo de 23% dos países onde a queda da desigualdade foi mais acentuada no período mais recente. Na média, os brasileiros têm uma renda situada ba faixa dos dois terços/um terço: ou seja, dois terços dos países do mundo têm renda média abaixo do Brasil e um terço tem renda média acima do Brasil. Se pegarmos apenas a renda dos mais pobres, o Brasil cai para o segmento dos 25% mais pobres do mundo. E se pegarmos os ricos, o país sobe para o seleto grupo dos 30% mais ricos.

As estatísticas revelam que os sinais captados pelo Ipea ainda não passam do primeiro passo de uma gigantesca jornada. Para alcançar o nível médio de desigualdade do conjunto dos países em desenvolvimento, será necessário que o País siga no mesmo ritmo de redução da desigualdade desde 2001, quando o índice de Gini (que mede a concentração) começou a cair, ao longo dos próximos 25 anos.

Na visão de Paes de Barros, o caminho para manter essa trajetória, pelo menos na parte econômica, já está traçado. A palavra de ordem é integrar. Ele ressalta que o canal de relacionamento entre o Estado e a parte mais pobre da população já foi criado e consolidado com o cadastro único e que agora é preciso agregar outras políticas públicas dentro dessa via de acesso.
"O Bolsa Família veio para ficar. Transitória é a permanência da família no programa", sustenta. A integração das políticas sociais, condiciona o expert do Ipea, não pode ser apenas um "pacotão" padronizado para todos e deve levar em conta as especificidades de cada família.

As questões de foco e prioridade também mereceram comentários de Paes de Barros. "Aumento do salário do funcionalismo não combate pobreza", sublinhou. "Não se trata de fazer de tudo um pouco, mas de escolher aquilo que mais funciona e concentrar os esforços para manter a redução da desigualdade", completou.


E essa priorização dos gastos públicos destinados aos mais pobres levanta uma questão política central:
qual é a capacidade das famílias brancas e ricas de suportar a estagnação vendo os pobres ganhando mais? Para que a desigualdade continue diminuindo, a renda dos ricos necessariamente não pode deixar de crescer mais lentamente.

Fatores determinantes
Uma combinação de fatores explica o grau da redução da desigualdade dos últimos anos. A influência da melhoria de renda não derivada de trabalho mostra que as políticas sociais tiveram um papel fundamental para essa queda. Pensões e aposentadorias, Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC), que consiste na transferência de um salário mínimo a idosos e pessoas com necessidades especiais que não têm outras fontes de renda, contribuíram respectivamente, de acordo com os dados do livro compilado por Paes de Barros, com 26%, 12% e 11% para a redução da desigualdade. A soma dessas iniciativas foi responsável por metade (49%) da redução.

A diminuição da diferença de remuneração do trabalho por faixa de escolaridade, uma das conseqüências do progresso educacional da população brasileira, também contribuiu com 19% para a redução da desigualdade. Houve uma queda do impacto que um ano a mais da educação tem sobre os salários. O especialista do Ipea explicou que uma diferença menor permite maior acesso aos pobres, como baixar o preço do computador ou do ingresso do cinema para melhorar a formação dos mais pobres. "Ainda se atribui artificialmente muito preço no trabalho para a educação", declarou, lembrando ainda que
o mercado de trabalho continua tratando pessoas com o mesmo potencial produtivo de maneira diferente, como se pode verificar em pesquisas de recorte racial.

Os movimentos de desconcentraçã
o do mercado de trabalho das grandes metrópoles para cidades médias e menores do interior e das áreas urbanas para a zona rural também corroboraram, juntos, com 17% para a redução da desigualdade. "A melhora dos pobres de fora das áreas metropolitanas foi maior", comentou Paes de Barros.

Base de dados
O pesquisador do Ipea aproveitou o evento para responder ao questionamento de que a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e utilizada como base nas pesquisas que vem detectando a queda da desigualdade no Brasil, não registra os rendimentos fora de trabalho (especialmente a renda de aplicações financeiras) e que, portanto, o ritmo da redução não teria sido dessa magnitude.

A renda total aferida pela PNAD é de R$ 850 bilhões por ano, enquanto o total de renda contabilizado por outro levantamento - a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) é de R$ 1 trilhão no ano. O pesquisador do Ipea garante que a POF, mesmo sendo mais abrangente, apresenta os mesmos níveis de redução da desigualdade. Ausente da PNAD, o lucro das empresas de cerca de R$ 250 bilhões consome R$ 150 bilhões de custos de manutenção por ano. Ou seja, segundo ele, os R$ 100 bilhões restantes que ficam retidos desses lucros no Brasil e fora dele não foram suficientes para desequilibrar o peso dos gastos governamentais no sentido distributivo. Também a transferência de bens que não envolvem trocas financeiras (doações de roupas e artigos domésticos, por exemplo) e somam cerca de R$ 24 bilhões por ano e a produção para auto-consumo que chega a R$ 20 bilhões por ano não aparecem na PNAD. Diante disso, Paes de Barros chegou a seguinte conclusão:
"O Brasil talvez esteja ainda menos desigual [do que as pesquisas com base na PNAD estão mostrando]".

Maurício Hashizume - Carta Maior

terça-feira, dezembro 05, 2006

Enquanto isso, em Eucaliptópolis...

Aderindo à campanha do Animot, diante da possibilidade da extinção da Secretaria de Cultura no Estado do Rio Grande do Sul - segundo proposta que vem sendo defendida nas secretíssimas reuniões do gabinete de transição da governadora eleita do RS.

Ao que parece, no "novo jeito de governar", cultura é só
pra inglês ver.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Vitória Popular

Hugo Chávez é reeleito na República Bolivariana de Venezuela

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela acaba de divulgar os números oficiais que confirmam o Presidente Hugo Rafael Chávez Frias, de 51 anos, reeleito na Venezuela.

Com 78,31% das urnas apuradas, Chávez tem
61,3% (5.936.141 votos), enquanto Manuel Rosales tem 38,4%(3.715.292 votos).

Logo após a divulgação oficial, Chávez apareceu Balcón del Pueblo do Miraflores e cantou, junto com seu povo, o Hino Venezuelano, dando vivas à revolução democrática socialista na Venezuela e na América Latina.

Neste momento, Chávez, sob forte tempestado, faz discurso emocionado ao povo venezuelano que a todo momento grita o seu já tradicional "Chávez, no se va". A TeleSur transmitindo tudo ao vivo.