Mais uma piada (bem que poderia ser) do novo jeito - fascista, pedante e vazio - de governar. O texto é do Marco Weissheimer, do RS Urgente.
FERNANDO SCHÜLER, O ICONOCLASTA
O secretário estadual de Trabalho, Cidadania e Assistência Social (também anunciado como secretário da Justiça, uma pasta que, na verdade, ainda não existe), Fernando Schüller, está engajado numa cruzada pela “sofisticação do debate público no Rio Grande do Sul”. Uma das primeiras medidas nesta direção é a realização do seminário “Fronteiras do Pensamento”, ciclo de palestras que será realizado ao longo do ano a um preço de R$ 450,00 por pessoa. Segundo Schüller, trata-se de um “curso de altos estudos”. Sofisticado, certamente. Chinelagem não entra. Em entrevista ao Caderno de Cultura do jornal Zero Hora, neste sábado, Schüller fala um pouco mais de seus planos para sofisticar o ambiente cultural gaúcho. Em suas andanças pelas ruas da pólis, ele descobriu que “Porto Alegre é uma cidade cansada de todos os conservadorismos e proselitismo ideológicos”. Isso não pode continuar assim, disse para si mesmo. “Ela (a cidade) busca um conhecimento iconoclasta, aberto e de profundidade”, emendou.
Iconoclastia e sofisticação já! É a palavra de ordem que mais se ouve na capital gaúcha. As pessoas nem se incomodam mais com o lixo espalhado pelas ruas, com o mato tomando conta de praças e parques, e com o aumento no número de moradores de rua. Se elas vierem (a iconoclastia e a sofisticação), terá valido o preço, comenta-se nas ruas. Nos anos 90, filosofa Schüller, “tivemos uma cidade que subordinou o debate intelectual ao proselitismo e aos conflitos ideológicos”. Ele quer acabar com isso, com sofisticação e iconoclastia. Nesta tarefa, espera contar com a ajuda da secretária estadual de Cultura, Mônica Leal, que, logo ao tomar posse, garantiu que pode aprender qualquer coisa. Neste momento, entre outros desafios, está engajada na dura tarefa de tentar entender as idéias sofisticadas de Schüller.
Outra originalidade da proposta do secretário é que atividades como o seminário “Fronteiras do Pensamento” não se preocuparão em “transmitir idéias” (a secretária Leal gostou particularmente dessa parte). Schüller gosta de esgrimir palavras, mesmo que o resultado final seja vazio de significado. O importante é soar bem. Diz ele: “O RS se acostumou com eventos pretendendo transmitir idéias. Não tenho nada contra eles, mas este não é um evento missionário. É agressivamente pluralista, mas sem fazer concessões à qualidade”. É isso aí, gente. Sofistiquem-se ou pereçam.
2 comentários:
"Proselitismo ideológico" certamente uma referência aos ideais de - eu não diria nem de esquerda - construir uma política voltada aos anseios e necessidades do povo, com a participação do povo.
E como eles estão se lixando pra tudo que diga respeito ao povo, eles criam mais uma expressão eufemística destas e saem dizendo boca afora como se fosse uma grande coisa e que nem seus pares compreendem dada a ignorância, pra não falar burrice mesmo, que os acompanha.
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