sexta-feira, março 23, 2007

O direito de Israel de ser racista








Texto do site do jornal Oriente Médio Vivo, por Humam al-Hamzah.


O direito de Israel de ser racista

"Sempre que fazemos algo você me diz 'os Estados Unidos vão fazer isso, os Estados Unidos vão fazer aquilo'. Eu quero lhe dizer uma coisa bem clara: não se preocupe quanto à pressão dos Estados Unidos sobre Israel. Nós, o povo judeu, controlamos os Estados Unidos, e os estadunidenses sabem". Foi assim que o ex-primeiro ministro israelense, Ariel Sharon, se dirigiu a Shimon Peres, atual vice-premiê do Estado de Israel, em 3 de outubro de 2001, na rádio israelense Kol Yisrael.

O destino do povo estadunidense, ao contrário do que muitos pensam, é dirigido pela influência judaica nos Estados Unidos. Contra os próprios votos oficiais de cidadania que os 300 milhões de estadunidenses emocionadamente recitam pelo menos uma vez na vida, em voz alta, que lhes garante a "liberdade de influências inimigas internas e externas" em seu país, Israel comanda a política internacional dos Estados Unidos hoje como nunca antes.

Em novembro de 2006, o povo estadunidense colocou os Democratas no Congresso com a esperança de dar fim à ocupação ilegal do Iraque, trazendo as sofridas tropas de volta para casa. Ao contrário disso, porém, a democrata Nancy Pelosi, atual Porta-voz da Casa Branca, sob pedido do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e diretamente influenciada pelo Aipac (Comitê EUA-Israel de Assuntos Públicos), decidiu "revisar" a permanência das tropas estadunidenses no Iraque, em um ato que poderá anular o efeito causado pelos votos da "democracia" estadunidense.


O Aipac, fundado originalmente com o nome de "Comitê EUA-Sionista de Assuntos Públicos", é amplamente considerado como o lobby de política estrangeira mais poderoso em Washington. Seus 60 mil membros distribuem milhões de dólares a inúmeros membros do Congresso situados em ambos os lados do corredor. Também investem em uma rede de cidadãos influentes em todo o país, os quais pode mobilizar regularmente para apoiar seu objetivo principal - assegurar que não haja separação entre as políticas de Israel e dos Estados Unidos. Não é por acaso que o Congresso vota de maneira tão determinada em apoio a Israel. O National Journal, revista semanal estadunidense sobre política e o governo, posicionou o Aipac na segunda colocação no seu ranking de "organizações que mais influenciam a política dos Estados Unidos".

O mais recente assombro dos aliados Israel e Estados Unidos é o desenvolvimento nuclear do Irã. Apesar do enriquecimento de urânio do país estar de acordo com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear e ser anunciado pelo governo iraniano como um "desenvolvimento energético pacífico", a pressão israelense sobre os Estados Unidos culminou em sanções econômicas ao país, além das contínuas ameaças de intervenção militar. Ironicamente, Ehud Olmert, um dos principais acusadores do Irã, revelou recentemente que Israel oficialmente possui armamentos nucleares e, após protestos dos países do Golfo de que "o mundo deve considerar o depoimento de Olmert uma ameaça global à paz e à segurança", nada aconteceu. Pelo contrário, Israel negociou outros 100 milhões de dólares (do próprio bolso do povo estadunidense) em armamentos com os Estados Unidos dias depois.

Antes tarde do que nunca, o povo estadunidense deverá acordar para o fato de que a sua liberdade é um mito, dependente da "liberdade" e das vontades de Israel. Bom será se isso acontecer antes de uma suposta invasão ao Irã, em que milhões de vidas inocentes poderão ser poupadas de um novo massacre baseado em uma outra mentira. Se Israel quer uma guerra com o Irã, que prepare o seu "exército mais moral do mundo" para resolver seus problemas.

Ao considerar a humilhante derrota contra o Hizbollah no último verão, porém, um ataque desse seria uma loucura que os israelenses não deveriam arriscar. Enquanto isso, o embaixador francês em Londres questionou: "porque o mundo aceita um paisinho que causa tanto problema?". De fato, o problema começa nos escritórios de Washington.

5 comentários:

Anônimo disse...

Bacana o texto mas não conseguiu me convecer que exista essa inversão de subserviência. Os EUA precisam sim de um aliado do porte de Israel na região, mas Israel precisa muito mais dos EUA para continuar com seu plano diábolico de exterminar os palestinos.

Claudinha disse...

Oi, Joice! Nunca tive ilusões em relação ao Partido Democrata. Chomsky lembra, que a definição de "guerra preventiva" vem do governo Bill Clinton - a ex-Iuguslávia que nos diga. Então, esta coisa entre democratas e republicanos é trocar 6 por meia dúzia. :-)
Quanto a relação EUA e Israel, os banqueiros e a indústria áudio-visual (leia-se cinema) deixa-a inequívoca. O dinheiro de um banca a propaganda ideológica do outro e sustenta as demais indústrias, que promovem um dos maiores genocídios da humanidade: África, América Latina e Oriente Médio. A coisa toda está mal parada mesmo! Beijo!

joice disse...

Tá certo, Cláudia. Como tenho dito, é como se fosse um partido de duas cabeças. Não muda muito. Apesar da sede militarista dos Republicanos estar se superando, a dos Democratas também é considerável. OBrigada pelo comentário. Beijo!

joice disse...

Carlinhos, querido, desculpe não responder antes (de novo)! O João tá viajando e me deixou sozinha cuidando do "boteco", aí às vezes não dou conta.
Olha, talvez não seja bem uma questão de inversão de subserviência, mas que o povo judeu praticamente controla a mídia de massa em toda parte no ocidente, isso não é novidade. Uma vez que controlem as mídias... Venho conversando com algumas pessoas de lá cuja revolta com o poderio dos judeus para manipular a opinião pública e assim fazer a agenda da política externa deles é imensa e acabo achando que, portanto, nos círculos do poder a coisa ali talvez esteja além de uma questão de retro-alimentação.
Um abraço!

Anônimo disse...

PARTIDO "DEMOCRATA" E PARTIDO "REPUBLICANO", SÃO IRMÃOS DA MESMA LOJA MAÇÔNICA!!!