quinta-feira, abril 12, 2007
Da globalização do Bourdoukan
Ilustração do Laz
Toda vez que de alguma forma menciono minha resistência a conformar-me com a idéia de fronteiras e países, percebo aqueles olhares de estranhamento como que preventivos de um discurso anarquista.
Não por acaso, a idéia de país ou nação já está tão incorporada ao inconsciente das pessoas que lhes é quase impossível perceber o compomente ilusório e projetado destes conceitos. Lembro que certa vez mostrei a um aluno um mapa-múndi não-político e, portanto, sem fronteiras, a primeira coisa que ele questionou foi "ué, cadê o Brasil?" Ao que respondi, está aqui, só que as fronteiras não estão delimitadas, até porque na verdade elas não existem.
Não esqueço o olhar perplexo do mocinho, o cenho franzido perguntando "como assim não existe linha de fronteira??" Pois é, não existe, é uma abstração, uma ilusão, um recurso, apenas uma forma de organização política possível, mas poderia ser outra e quem sabe um dia ainda seja... E não é por acaso que este mapa aí é feito desta forma, com a Europa bem no meio...o forte conteúdo ideológico existente nos mapas escolares é algo impressionante! É por isso que faz tanto sentido essa dificuldade que as pessoas mais tarde acabam desenvolvendo para imaginar ou mesmo identificar! o mundo como ele realmente é, sem as fronteiras políticas..
Bom, isso foi só uma reflexão para na verdade introduzir a este fragmento do artido do Bourdoukan "Da globalização":
"A globalização é tão importante quanto o ar que respiramos. Falar em países é querer dividir o mundo em fronteiras, é apoiar as guerras onde as vítimas serão sempre os explorados. Ou alguém conhece algum rico que já morreu em combate?
Hoje a humanidade é administrada por um emaranhado que obedece a não mais do que quatro ou cinco corporações. E mesmo estas, têm ramificações entre si. Moldam os gostos de acordo com suas conveniências. Nos ensinam como amar, divertir, o que e como devemos ler, a que programas assistir, que esporte praticar, o que comer, impõem até o padrão de beleza.
É uma ditadura que nos faz crer que somos livres e independentes quando na verdade estamos subjugados. Transforma-nos em seres insensíveis, sem preocupação com o próximo, elimina do vocabulário a palavra solidariedade, nos torna impassíveis diante da fome, da miséria e das epidemias que matam seres humanos como se fossem insetos."
Para ler o artigo completo: Blog do Bourdoukan
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