domingo, abril 15, 2007
Brasil integra o Banco do Sul
Parece confirmar-se realmente a notícia de que o Brasil integrará como sócio pleno o Banco do Sul.
Segundo declaração de Guido Mantega ontem à noite, a decisão já foi tomada e detalhes já foram acordados entre os países sul-americanos presentes à reunião de sexta-feira na sede do Banco Mundial, faltando agora apenas uma "declaração política" - a qual, segundo a Agência Brasil, provavelmente será feita durante a cúpula presidencial de energia que começa amanhã na Venezuela.
Para mais informações: Telesur, Agência Brasil, BBCBrasil.
Abaixo está nota publicada no Blog do Dirceu.
Brasil adere ao Banco do Sul
Excelente - se confirmada - a notícia divulgada há pouco pela BBC. Depois de se reunir no Banco Mundial, em Washingaton, com representantes sul-americanos, o ministro Guido Mantega comunicou a decisão brasileira de integrar, como sócio pleno, o projeto de criação do Banco do Sul.
No entender do ministro da Fazenda, a nova instituição deveria assumir um perfil híbrido, misto de Fundo Monetário Regional - portanto emprestador de última instância, na concepção original keynesiana, para asseguar o equilíbrio monetário e comercial do processo de integração - e banco de fomento.
A decisão auspiciosa do governo brasileiro acontece no exato momento em que se noticia que o país já é o nono maior investidor de reservas em título norte-americanos. Estes, como se sabe, rendem juros baixíssimos, muito inferiores ao custo de internalização desses recursos, que exige emissão de dívida do Tesouro indexada pela taxa de juros mais alta do planeta (no ano passado o custo dessa defasagem foi equivalente a um Bolsa Família inteiro: mais de R$ 8 bilhões de reais).
O Brasil tem cerca de US$ 59 bilhões, praticamente 50% de um total de reservas de US$ 111 bilhões, aplicados em treasures nos EUA. Ou seja, temos mais ou menos o equivalente ao que o PAC vai investir este ano alocado, a juros baixos, para financiar o déficit comercial e o consumo da população mais rica da face da terra.
A decisão de se tornar sócio pleno do Banco do Sul abre a possibilidade de remanejar parte das reservas brasileiras para um fundo comum de investimentos na região (a Argentina, por exemplo, já acumulou US$ 39 bilhões em reservas e a Venezuela deve ter outro tanto).
O Banco do Sul seria o gestor desse fundo e nasceria, desde já, com gás para mudar a velocidade e o patamar da integração regional, com desdobramentos encorajadores para o desenvolvimento de todas as economias integradas.
Bela notícia para abrir a semana.
Vamos torcer para que a informação da BBC esteja correta.
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