terça-feira, outubro 02, 2007

FHC não apareceu nas manchetes. Lembrei do Biondi

(Quinta-Feira, 27 de Setembro de 2007 às 10:53hs)
O senador Azeredo disse que o que ele arrecadou não foi só que declarou na campanha. Numa coisa ele tem razão, todos fazem isso, sem exceção. E faziam muito mais ainda antes das denúncias de 2005. Mas o que se está investigando não é só um suposto caixa 2, com recursos doados por empresários e que não foram declarados. A investigação é sobre um esquema onde recursos públicos foram parar numa conta de agência de publicidade e de lá foram para campanhas políticas. Exatamente como na crise de 2005. E o senador Azeredo diz: não só para a minha campanha, mas também para a do ex-presidente FHC.
E os jornais do dia seguinte o que fazem? Nada. Ignoram a história e repercutem apenas as críticas de tucanos ao isolado senador Azeredo. Aliás, quem conhece o ninho diz que entre os bicudos ele é dos melhores.
Essas coisas me fazem lembrar dos tempos FHC, quando críticas mesmo só as dos cadernos culturais.
Naquela época, Aloísio Biondi era vivo e um dos poucos que ousava ir para cima do governo. Um dia fomos tomar cerveja no prainha, um conjunto de bares na Avenida Paulista, próximo à Faculdade Cásper Líbero e Biondi me contou que acabara de recusar uma proposta de um grande jornal para ganhar muito mais do que no então Diário Popular, onde encerrou a carreira.
No Diário ele tinha uma coluna diária. O outro jornal propôs que ele escrevesse uma vez a cada 15 dias. E um artigo pequeno, de umas 30 linhas por texto.
Biondi entendeu a proposta, agradeceu e respondeu que preferia continuar ganhando menos e escrevendo. Do que ser pago para ficar calado. Tempos de FHC.

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