quarta-feira, janeiro 31, 2007

Compañero Roberto Luçardo Grava com Nana Caymmi

Nana Caymmi grava com Roberto Luçardo

A cantora Nana Caymmi entrou em estúdio para gravar sua participação no CD do cantor gaúcho Roberto Luçardo. A dupla canta Gauchinha bem-querer, de Tito Madi.

O álbum de Roberto, que tem produção do experiente José Milton, também conta com participações do pianista e arranjador Cristóvão Bastos, do baixista Jorge Hélder, do violonista João Lyra e do baterista Jurim Moreira.

Com grandes clássicos da música brasileira, o disco chega ao mercado ainda em 2007.

30/01/2007 Publicada por Beto Feitosa
Fonte: Ziriguidum

terça-feira, janeiro 30, 2007

VADE RETRO, ROBERTO BUSATO!

(EX-PRESIDENTE DA OAB)

A presença tucana

Uma nuvem carregada estaciona sobre a minha cabeça. Nada a ver com saúde, esclareço. Saúde física. Ou melhor, nada a ver com a possibilidade de encerrar minha longa temporada tenística ou etílica (basicamente, vinho, com levíssimos toques de grappa ou de cachaça). A rigor, uma ameaça existe ao meu bom humor, à minha estabilidade emocional, ao meu equilíbrio psíquico. Abala-me, cada vez mais, a exagerada presença tucana aonde quer que gire meus olhos. Sublinho que nunca fui petista, embora minha amizade com Lula esteja para completar 30 anos. Acho que Lula é o melhor presidente que poderíamos ter, mas discordo de muitas políticas e ações do seu governo, e as critico sem meias palavras. Lamento, inclusive, que o PT, ou, se quiserem, alguns petistas tenham cometido desmandos gravíssimos, e que o partido não tenha cumprido os propósitos da sua origem. Agora, o tucano bate todos os recordes de hipocrisia. Já o enxerguei como perfeito herdeiro da UDN velha de guerra. Havia, porém, em muitos udenistas, por mais reacionários (e põe reacionários), um traço de ingenuidade, de inocência primeva (antes de Cristo, por aí, ou neandertaliana), além de uma resistência oitocentista à corrupção. Falei de muitos, não de todos. Já no caso dos políticos tucanos, e dos seus sabujos espalhados na mídia, conto nos dedos da direita aqueles que me inspiram compaixão, ou, até, um laivo de simpatia. Os demais estão aí, implacáveis, e se alastram como marias-sem-vergonha. Eles conhecem de cor o endereço do Bem e do Mal. Tudo sabem e sempre falam de cátedra. A depender das situações, mantêm diálogo direto com Deus e com o Diabo. Opiniões contrárias simplesmente não admitem, erguem o sobrolho diante de tamanha ousadia. Em geral são tediosos, supõem-se, porém encantadores, brilhantes, fascinantes. Sedutores. Não agüento tucanos, com raras e honrosas exceções, desde que troquemos idéias sobre o futebol ou a meteorologia. Onde há tucanos, eu não fico, tiro imediatamente o time de campo.
enviada por mino

verdade

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Carlos Drummond de Andrade

palavrinhas do desassossego
















Esta tirinha de hoje do Gaturro, publicado no La Nación, ilustra bem nossa homenagem à desopilação de fígado do Luiz Carlos Azenha, em reação ao recadinho que recebeu de uma colega de trabalho - segundo ele, alguém da turma dos com-teleprompter.

A tal garota-de-recados questiona: aonde Azenha quer chegar com este site?

Pois já chegou, chegou bem e chegou muito.

O site do Azenha tem um encantamento interessante: o formato e a linguagem cativam, sem falar no conteúdo...
...ali ele fala o que pensa a respeito do mundo que vê - coisa tão escassa nestes dias que padecem de paralisia mental, pasteurização e omissão generalizada.

O Vi o Mundo é como uma vitrola em que o sujeito entra e vai sendo conduzido fluidamente de um texto a outro..

Taí um pedacinho do texto dele:

"A pergunta foi feita através de terceiros: onde é que eu quero chegar com este site?

Chegar, quem disse que já não cheguei?

Enquanto você estava distraída, com suas maledicências, eu estava aqui tentando construir uma linguagem diferente para a internet.

Você já notou o que fizeram os jornalões?

Transferiram o conteúdo para a internet sem se dar conta de que o público é outro.

O público da internet não aceita ser tratado com condescendência.

Nem com arrogância.

Nem com pretensão.

Descobri isso não foi de ouvir dizer.

Descobri fazendo.

Quer que eu desenhe?"


Pê Ésse:
postando quase direto de lugar nenhum, um não-lugar. este lugar qualquer onde me encontro. ou melhor, me desencontro. inté.

O esquema do “mensalão” foi concebido , parido e operacionalizado inicialmente pelo PSDB

ENVOLVIDOS NO “MENSALÃO” TUCANO SERÃO INDICIADOS POR PECULATO E LAVAGEM DE DINHEIRO

Finalmente a Polícia Federal concluiu o inquérito sobre o esquema do “mensalão” no sua forma original, conforme concebido e parido pelos “tucanos”. O ex-presidente do PSDB , senador Eduardo Azeredo poderá será indiciado por peculado e lavagem de dinheiro.

Didymo Borges

VALERIODUTO

Supremo recebe amanhã relatório que incriminará Eduardo Azeredo
Jornal do Commercio - Publicado em 30.01.2007

BRASÍLIA – A Polícia Federal (PF) deve encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) amanhã o relatório com a conclusão do inquérito sobre o valerioduto mineiro – o suposto esquema de distribuição de recursos a partir de empresas do empresário Marcos Valério para financiar a campanha de políticos ligados ao PSDB de Minas Gerais em 1998, incluindo a do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ex-presidente nacional do partido, que naquele ano tentou a reeleição ao governo mineiro.

Os investigadores conseguiram detalhar a origem do dinheiro que teria sido usado para pagar as campanhas eleitorais. Os elementos reunidos pela PF reforçam as evidências de que o dinheiro saiu dos cofres públicos mineiros. Os resultados obtidos sobre a origem das movimentações financeiras abrem à Procuradoria da República espaço para o eventual enquadramento de parte dos envolvidos nos crimes de peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Empresas do Consórcio Via Amarela financiaram campanhas eleitorais

O desabamento de parte das obras do metrô em São Paulo está sob responsabilidade de empresas que doaram um milhão setecentos mil reais para o comitê de campanha do candidato ao governo, hoje governador, José Serra. São elas: A OAS, de um ex-genro de ACM,que repassou 1 milhão de reais. A Norberto Odebretcht, 300 mil reais. A Camargo Corrêa repassou 400 mil para campanha de José Serra. Fazem parte ainda do consórcio de empresas que participam da obra a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez.

O Consórcio Via Amarela é liderada pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado por OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Um grupo poderoso, que financiou as principais campanhas eleitorais [ Folha on line ]do Estado de São Paulo.

Nas eleições do ano passado, as construtoras do consórcio buscaram agradar os dois lados da disputa com doações milionárias. A campanha do governador José Serra (PSDB) recebeu $ 1,7 milhão das empresas OAS, Camargo Corrêa e Odebrecht. O principal adversário de Serra nas eleições, Aloizio Mercadante (PT), não foi esquecido: ganhou R$ 500 mil de Camargo Corrêa e Odebrecht.
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O poder político das empreiteiras

As cinco empreiteiras que compõem o Consórcio Via Amarela - OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão - fizeram uma parceria inédita para vencer a licitação que lhes autorizou a construir a linha 4 do Metrô paulista. Essas empreiteiras, além de seu vasto poderio econômico, possuem ampla influência política no país, sendo responsáveis pelo financiamento de campanhas políticas, tanto do legislativo quanto do executivo.
A economista Ceci Juruá considerou estranha a composição do consórcio. "Normalmente, no máximo, 2 ou 3 dessas empresas se unem, para concorrer com as demais no processo de licitação. Nunca houve uma união desse porte", afirma a economista.
A próxima legislatura do Congresso Nacional, que tem início em 1º de fevereiro, contará com 269 parlamentares (254 deputados e 15 senadores) que receberam doações de empreiteiras, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. Ao todo as empreiteiras doaram R$ 24,5 milhões para candidaturas legislativas, consolidando-se como a maior "bancada" do Congresso.
A maior parte dessa quantia é oriunda das cinco empresas que compõem o consórcio Via Amarela (cerca de R$ 16 milhões). A Camargo Corrêa e a OAS, participantes do Consórcio Via Amarela, foram as que mais destinaram verbas aos candidatos: R$ 2,2 milhões e R$ 1,9 milhões, respectivamente.
É sabido que as empreiteiras têm poder de influência no rumo das políticas públicas. Como essas empreiteiras são as maiores financiadoras dos cargos executivos, legislativos e até do judiciário, elas ganham imunidade, que depois se transforma em impunidade, na fiscalização das obras das quais ganham licitação.
A impunidade das empreiteiras é fruto de seu poder econômico e é reforçada pela lei eleitoral, que permite o financiamento privado de campanhas políticas. Além de vencer grande parte das licitações de obras públicas, as empresas sócias do Consórcio Via Amarela têm se beneficiado com o processo de privatização das rodovias estaduais e federais, já que ganharam concessões que lhes permitem explorar a cobrança de pedágios.
Camargo Corrêa e OAS são acionistas da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), concessionária responsável pela administração de importantes estradas paulistas, além da Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. A atuação das empreiteiras não se restringe, ainda, ao ramo de construções, obras públicas e concessões de rodovias. A Camargo Corrêa, por exemplo, possui 11% das ações do Itausa, a holding que controla o Banco Itaú. Também têm a participação da empreiteira, a São Paulo Alpargatas (37%), responsável pelas marcas Havaianas, Topper e Rainha, e a empresa do setor têxtil Santista (67%).
De: http://www.amauta.inf.br/
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Empresas deram R$ 1,7 mi para comitê de Serra

Três das cinco construtoras que integram o Consórcio Via Amarela --responsável pelas obras da linha 4-Amarela do metrô de São Paulo-- , doaram, juntas, R$ 1,7 milhão para a campanha de José Serra (PSDB) ao governo do Estado.

O consórcio realiza as obras da linha 4-amarela do metrô. O custo total do projeto é estimado em R$ 3,5 bilhões. Somente a primeira etapa, que contempla seis das 11 estações, está estimada em R$ 1,9 bilhão.

A construtora OAS repassou R$ 1 milhão para a campanha do tucano. A Camargo Corrêa doou R$ 400 mil. A construtora Norberto Odebrecht, R$ 300 mil. O comitê financeiro da campanha de Serra arrecadou, no total, R$ 26,7 milhões.

A Camargo Corrêa gastou pelo menos R$ 7,7 milhões com financiamento de campanhas no ano passado. As despesas da OAS com campanhas foram superiores a R$ 10 milhões. A Odebrecht gastou pelo menos R$ 1,8 milhão na eleição. A Andrade Gutierrez fez doações superiores a R$ 1,5 milhão.

Procurado, o Consórcio Via Amarela não quis se pronunciar sobre o assunto.

De: Folha on line
e: Folha on line

terça-feira, janeiro 23, 2007

quadrado


Para manifestar nosso repúdio à matéria ridícula e preconceituosa publicada pelo jornal local Diário Popular no domingo passado sobre o "quadrado", nada melhor do que este belo vídeo feito pelo Joaquim Antonio. Um amanhecer no quadrado...
Para aqueles que não conhecem Pelotas ou, mesmo conhecendo, nunca tiveram a oportunidade de experienciar a magia deste espaço na beira do rio, inspirem-se no vídeo acima e vão até lá conferir. Fica bem pertinho aqui de casa.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

cabeça a prêmio

A propósito do post anterior sobre o assassinato do jornalista Hrant Dink, o romancista turco Orhan Pamuk que se cuide. Pois antes de ficar famoso, aos 54 anos, por levar o Prêmio Nobel de Literatura no final de 2006, Pamuk já havia ficado bem famoso uma vez, antes, quando abriu o bico sobre o genocídio armênio.


Assim como Dink, Pamuk foi acusado, de "insultar a identidade turca" por afirmar, em entrevista a uma revista suíça, em 2005, que "um milhão de armênios e 30 mil curdos foram mortos nesta terra [Turquia]". Tal declaração foi considerada como reconhecimento do genocídio turco otomano contra o povo armênio durante a Primeira Guerra Mundial e o escritor teve mesmo que se explicar diante do tribunal, que acabou não levando adiante a acusação. No entanto, desde então, Orhan Pamuk passou a ser considerado "traidor" pelos setores ultranacionalistas.

Àqueles que amam literatura e que não tiverem nada contra os armênios e muito menos contra o povo turco, fica a dica: não deixem de conferir a obra de Orhan Pamuk. Neste momento estou terminando de ler Meu Nome é Vermelho e, em seguida, já pretendo emendar com Neve. Acho que por enquanto só estes dois títulos do escritor foram traduzidos para o português e editados pela Cia. das Letras, mas certamente em breve outros serão disponibilizados. Aliás, apesar de ter sido traduzido com base nas edições francesa e inglesa, e não diretamente do turco, Meu Nome é Vermelho muitas vezes parece ter sido escrito diretamente em português..


além de narrar uma história misteriosa e falar de um amor proibido, o livro trata o tempo todo de refletir sobre as culturas do Oriente e do Ocidente, sobretudo no que diz respeito à arte e à pintura, bem como a perspectiva adotada por cada cultura para viver e sentir a arte. A história se passa na Istambul do final do século XVI e, para contá-la, o autor dá voz a quase todos os personagens da trama, inclusive um cachorro desenhado e a própria cor vermelha! revelando um estilo belo e forte que me surpreendeu por completo e não me deixa mais largar este livro, cujas páginas já estou economizando...ahhh! paro por aqui senão me empolgo e entrego o livro todo.

domingo, janeiro 21, 2007

A forma TUCANA de eleger...

O encanto da urna se quebrou?
O TSE quer saber se a manipulação de voto eletrônico em Alagoas foi criminosa

Diego Escosteguy

Os sistema brasileiro de voto eletrônico é o melhor, mais eficiente e mais abrangente do mundo. As eleições brasileiras são feitas com a certeza de que as urnas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são invioláveis. Não passa pela cabeça de ninguém questionar a lisura do sistema. Exatamente por essa razão está tirando o sono do TSE a suspeita de que podem ter sido resultado de fraude as falhas em um grande número de urnas eletrônicas de Alagoas nas eleições do ano passado. Um laudo do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), um dos centros de pesquisa mais tradicionais e respeitados do país, revela que mais de um terço das urnas eletrônicas do estado registram indícios de manipulação criminosa.
A análise da memória dos computadores que processaram os resultados das eleições alagoanas revelou que:
• O número de votos registrados em algumas urnas foi menor do que o número de eleitores que efetivamente votaram.
• Foram totalizados votos oriundos de urnas que não existiam.

• Algumas urnas misteriosamente não registraram voto algum.
A gravidade das falhas é maior ainda em vista do grau de confiabilidade que os brasileiros e os políticos depositam no sistema e do fato de que as urnas são exatamente iguais em todo o país. Se uma urna pode ser violada, as outras também podem. O TSE não considera o laudo do ITA definitivo e vai encomendar uma auditoria independente para saber o que ocorreu em Alagoas. Mas o alerta amarelo foi aceso.

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Marco Aurélio Mello, presidente do TSE, pediu investigação: "São dados preocupantes"
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A revelação de que as urnas eletrônicas podem não ser imunes a fraudes nasceu de uma disputa paroquial em Alagoas, onde o tucano Teotonio Vilela Filho venceu a disputa para governador. O resultado foi surpreendente. Dias antes da eleição, Teotonio, segundo os institutos de pesquisa, estava tecnicamente empatado com o deputado João Lyra, do PTB. Abertas as urnas, ou melhor, revelado o conteúdo de seus bancos de memória, Teotonio Vilela obteve quase o dobro de votos do seu adversário. Lyra perdeu em conhecidos currais eleitorais de sua família. Perdeu até mesmo em municípios onde tinha a certeza absoluta de que venceria – não por clarividência, mas pelas velhas tradições da política nordestina que ainda permitem que os candidatos adquiram esse tipo de convicção. "Era absolutamente óbvio que algo de estranho havia acontecido", disse o petebista, que contatou o advogado Fernando Neves, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, e narrou suas suspeitas. Foi do advogado a sugestão de contratar uma auditoria qualificada para tirar as dúvidas.
VEJA teve acesso ao laudo de sessenta páginas produzido pelo professor Clovis Torres Fernandes, diretor da Divisão de Ciência da Computação do ITA. As conclusões já foram apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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O governador eleito de Alagoas, Teotonio Vilela: ele pode ficar sem o mandato
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Por segurança e para dar transparência ao processo eleitoral, todas as atividades das urnas eletrônicas ficam gravadas numa espécie de "caixa-preta" – os chamados "logs" – e são disponibilizadas a quem se interessar em consultá-las. Dessa forma, pode-se saber em detalhes a que horas o aparelho foi ligado ou desligado, os programas implantados ou se ocorreu algum tipo de falha de processamento. A análise do especialista revelou que alguns sinais excluem a possibilidade de mau funcionamento e apontam mesmo para fraude:
• Em 35% das urnas utilizadas nas eleições de Alagoas os arquivos apresentaram erros bizarros e comportamentos irregulares.
• Pelos dados oficiais votaram 1.514.113 eleitores alagoanos. O sistema eletrônico de voto, porém, registra 22.562 eleitores a menos. Não se sabe se esses votos foram subtraídos de algum candidato, se nunca existiram ou como e por que foram manipulados.
"A diferença é uma quantidade expressiva, mas o mais significativo é que ela coloca em dúvida o trabalho de totalização para todo o estado de Alagoas", escreveu o professor Fernandes. Outras pistas estão sendo seguidas e algumas reforçam a hipótese de fraude. A perícia apontou a existência de 29 urnas cujos votos foram computados normalmente pelo Tribunal Regional Eleitoral. Só que essas urnas não aparecem nos registros do tribunal. Até prova em contrário, elas são "urnas-fantasma".
Nas cidades de Branquinha e Taquarana, no interior do estado, outra estranheza: os votos das duas localidades foram registrados com códigos de lugares inexistentes. Ou seja: oficialmente, não existiu eleição nos municípios ou, se existiu, não se sabe para onde foram os votos. A perícia mostra também que em outras 121 urnas não foi instalado o programa que totaliza os votos, 157 tiveram o número de identificação alterado durante o período de votação e 162 registraram na memória códigos desconhecidos e sem sentido. Em 36 cidades de Alagoas, as urnas não informaram se foi emitida a lista comprovando que todos os candidatos estavam com os votos zerados no início do pleito. O laudo aponta ainda casos de urnas perdidas no tempo (com a data de votação como 17 de junho de 2002), urnas ocas (sem nenhuma informação dentro – embora os votos computados nelas tenham sido validados pela Justiça Eleitoral) e até uma urna que registrava voto para cargo inexistente.

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O deputado João Lyra, que perdeu a disputa: certeza da fraude ao ser derrotado em seu curral eleitoral
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Conclui o perito: "Um ou dois tipos de erro seriam aceitáveis, mas a quantidade e o padrão das irregularidades verificadas são inadmissíveis. Isso não é uma questão menor. Pela gravidade e extensão dos problemas, os indícios de fraude são fortes".
O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, determinou que seja feita uma rigorosa investigação sobre o caso. "São dados preocupantes", disse. O secretário de tecnologia da informação do TSE, Giuseppe Jamino, admitiu as falhas nas urnas. Ele assegura, porém, que elas não influenciaram no resultado das eleições. Para Jamino, as falhas parecem ser de natureza técnica e ocorreram principalmente nos sistemas de registro das atividades das urnas.
Em Rondônia, a Polícia Federal investiga uma denúncia de fraude eleitoral de natureza totalmente distinta. O esquema teria a participação de técnicos do Tribunal Regional Eleitoral. Nas últimas eleições, Josué Donadon, irmão e assessor do candidato ao Senado Melkisedek Donadon, contou à polícia que foi procurado por uma pessoa, quinze dias antes do pleito, que lhe propôs alterar os votos das urnas. Essa pessoa, ainda não identificada, relatou que tinha contatos com técnicos do tribunal que poderiam introduzir um software pirata nas urnas e, assim, dirigir votos para quem ela quisesse. Ofereceu o serviço por 300.000 reais. O candidato, que não aceitou a proposta, perdeu a eleição, mas a PF continua apurando a existência do esquema. A suspeita de fraude pela manipulação eletrônica em Alagoas é um caso único. Suas conseqüências são imprevisíveis. Essa suspeita pode provocar uma avalanche de pedidos de investigação em todo o país e colocar em xeque a confiabilidade do sistema eletrônico de votação. Por isso, é vital que o TSE esclareça o caso o mais rápido possível e de tal modo a evitar que as falhas se repitam. As urnas eletrônicas são um orgulho nacional e é preciso cuidar para que continuem sendo.

In: http://veja.abril.com.br/240107/p_048.html

a intolerância ataca novamente



O jornalista turco-armênio Hrant Dink foi assassinado a tiros na sexta-feira passada, em Istambul. Dink era diretor do jornal Agos e escrevia também para outras publicações esquerdistas, como o jornal Birgün. Ainda na noite de sábado a polícia turca prendeu um suspeito - um garoto de 17 anos, que posteriormente confessou o crime. No entanto, a suspeita é de que se trate "apenas" do autor material e que por trás dele exista uma organização criminosa ultranacionalista.

Os textos de Hrant Dink defendiam uma maior democratização do país e a liberdade de expressão, e representavam uma das mais importantes vozes da comunidade armênia da Turquia, sendo que algumas reportagens de Dink sobre o genocídio armênio geraram o ódio de grupos mais nacionalistas do país.

Ao que tudo indica, estaria aí a principal motivação do atentado, uma vez que o jornalista era freqüentemente ameaçado de morte há mais de dois anos. Aydin Engin, colega de Dink e porta-voz do jornal Agos, disse hoje à imprensa turca que o clima de "linchamento" em relação àqueles que ousavam falar sobre o genocídio cometido pelo Império Otomano - que antecedeu o Estado turco - contra os armênios teria contribuído para o crime. A Turquia se nega a reconhecer como genocídio o massacre de milhares de armênios cometido no período derradeiro do Império Otomano, entre 1915 e 1917 - o povo armênio luta pelo reconhecimento internacional do genocídio.

Em 2005, Dink chegou a ser condenado por um tribunal de Istambul a seis meses de prisão por "insultar a identidade turca", mas sua sentença foi suspensa sob a condição de que não voltasse a repetir o "crime".

Segundo Engin, outros jornalistas e intelectuais já foram mortos, supostamente por grupos ultranacionalistas. "Em alguns casos, os autores materiais foram presos, em outros, nem sequer isso foi possível. Não estou otimista", afirma ele.

Após o assassinato de Hrant Dink, embalados pela gritaria da imprensa turca que obviamente repudiou o atentado, cerca de 8 mil manifestantes foram às ruas de Istambul, aos gritos de "Todos somos armênios".

Informações da BBC e BBCBrasil.

sábado, janeiro 20, 2007

Jogo de palavras: presidente reeleito agora é "coronel pára-quedista"


Luiz Carlos Azenha, o homem que
viu o mundo, soltou o verbo ontem pra falar do tom galhofoso, birrento, obsceno e podre que a mídia brasileira escolheu adotar pra falar de Hugo Chávez, Presidente da Venezuela, chamando-o de "coronel pára-quedista" - como se ele não passasse de um daqueles populistas-oportunistas dos anos 60/70 bancados pelos ianques e protegidos pela CIA.

Mas isso acontece, como bem assinala o Azenha, porque a zelite brasileira é ignorante, vive com o cabeção nazoropa e nas compras em NY e Miami, e, ainda, pensa que pode barrar um processo histórico. Afinal, os índios desceram do morro...e têm contas a acertar.










O Azenha dá uma bela visão panorâmica deste cenário. Abaixo, uma palhinha do texto, só pra dar vontade de
ler mais..


"É discurso de quem não percebeu ainda que o Brasil mudou - e, tanto quanto o Brasil, a América do Sul.

Sabe o que mais me irrita nisso?

É a pretensão daqueles que acham que vão mudar a História escrevendo uma coluna de jornal ou falando na televisão.

Não querem admitir o óbvio: o modelo econômico neoliberal no continente FRACASSOU.

É um cadáver insepulto, mal cheiroso, a caminho da cova.

A oligarquia brasileira não enxerga além da própria conta bancária.

Tem negócios a proteger com as oligarquias regionais.

Não, não estou falando do ACM.

Estou falando das famílias que controlam, em regime semi-feudal, paises como a Bolívia, a Colômbia, a Venezuela, o Equador...

Siga o dinheiro, dizem os bons policiais.

É só investigar os interesses econômicos comuns que os barões da mídia têm..."

Sivucamos!

Estamos no SIVUCA - Sistema de Muvuca na Internet. Criado pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, em seu brilhante e surpreendente Vi o Mundo, a idéia é o SIVUCA congregar blogs e blogueiros independentes que fazem contraponto e combate ao Pensamento Único da Mídia - o já in-famoso PUM.
Quem quiser saber mais à respeito do SIVUCA e quem sabe integrar a trupe, clique aqui. Em seguida colocaremos ali na coluna ao lado a relação dos blogs-amigos-sivuqueiros.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

noite inteira - II

nosso fogo...


















nossa mesa..


















nossa música e nossa luz..

noite inteira


alguns momentos do nosso churrasco de noite inteira que rolou esta semana, na noite de terça pra quarta, lá na casa da Sheila...


segunda-feira, janeiro 15, 2007

E a blogosfera se ilumina, ainda mais...





Em tempos difíceis como estes, sobretudo aqui no RS, uma notícia destas ilumina e alivia a alma da pessoa. Ontem foi pra mim uma alegria imensa descobrir, através do blog-amigo Agente 65, a presença de Georges Bourdoukan na blogosfera.
Para quem não lembra ou nunca ouviu falar dele, coisa que acho bem difícil, Bourdoukan é jornalista e escritor. Entre os livros que publicou estão Vozes do Deserto e o fascinante-incrível A Incrível e Fascinante História do Capitão Mouro.
Sempre que possível acompanho seus artigos na Caros Amigos, em geral sobre as questões relativas ao Oriente Médio, à causa Palestina e suas reverberações mundo e corações afora. Mais do que isso, seus textos referem-se, mais amplamente, às lutas mais legítimas da humanidade - a luta por voz e dignidade aos oprimidos do mundo, a luta contra a fome e a miséria, contra os imperialismos e suas violências, a luta contra a ignorância e os preconceitos made in uéssêi que reinam no modus operandi de nossas belas e esclarecidas sociedades ocidentais.
Além de sabido, Bourdoukan ainda escreve bem e bonito, uma delícia de ler e aprender. Seus textos inspiram e despertam vontades de ler e saber mais sobre os assuntos que tratam.
Entonces, por tudo isso e mais ainda.. Bourdoukan, seja bem-vindo!

quinta-feira, janeiro 11, 2007

MP denuncia Raul Jungmann por desvio de verba do Incra

Ex-ministro de FHC
MP denuncia Raul Jungmann por desvio de verba do Incra

Laryssa Borges

A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu ação de improbidade administrativa contra o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) e mais oito pessoas com base em investigações sobre um esquema de desvio de R$ 33 milhões em recursos públicos para pagamento de contratos de publicidade no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entre 1998 e 2002. Neste período, Jungmann era ministro do Desenvolvimento Agrário do governo Fernando Henrique Cardoso.
De acordo com o Ministério Público, o desvio de verba era facilitado por subcontratações sucessivas e superfaturadas e ausência de licitações e fiscalização nos contratos de publicidade. Também foram identificadas assinaturas de contratos com empresas fantasmas, compra de notas fiscais frias e pagamento por serviços não prestados.
"As provas colhidas revelam de modo claro a existência de uma verdadeira estrutura ilícita, nos moldes de uma quadrilha, destinada a dilapidar o patrimônio do Incra por meio de sucessivos desvios nos contratos de publicidade", argumentam os procuradores José Alfredo de Paula Silva e Raquel Branquinho.
Em resposta às acusações, o deputado Raul Jungmann disse que foi pego "na mais absoluta surpresa" em relação ao processo e afirmou "estranhar" o momento em que o fato veio à tona, já que, segundo o parlamentar, sempre foi ouvido pela justiça, neste caso, na qualidade de "testemunha", e não de acusado. "É um processo que rolava há quatro, cinco anos e sempre fui ouvido na qualidade de testemunha. Já pedi ao presidente do meu partido, o deputado Roberto Freire, para que me investigue e também para o Conselho de Ética para que abra investigação", declarou.
"Se alguém quiser tirar proveito disso e prejudicar a terceira via (referência à candidatura alternativa à presidência da Câmara), fiquem certos que vai se dar muito mal. A terceira via é muito maior do que nós", disse Jungmann

Confira aqui a lista completa dos réus:
Raul Bellens Jugmann Pinto - deputado federal;
Flávia Pires Torreão - jornalista e ex-assessora do Ministério do Desenvolvimento Agrário;
Ernesto Lincoln Marinho Magalhães - servidor público federal do Incra;
Almir Freitas de Souza - servidor público federal do Incra;
Eliney Pedroso Faulstich - jornalista;
Alba Rosas Costa Chacon - representante legal da empresa RRN Comunicação;
Rebeca Scatrut - representante legal da empresa RRN Comunicação;
RRN Comunicação e Marketing S/C Ltda - Informe Comunicação;
Casablanca Comunicação e Marketing Ltda;
Juliano Torres Sales;
Artplan Comunicação S/A;
Roberto Medina - publicitário;
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Parte do conteúdo do Dossiê Serra

Nada disso é investigado, nada disso é exposto pela mídia. O caso dossiê só serviu para detonar com a campanha de Lula e para que ele não fosse reeleito. Mas esse senhor que posa de honesto, que hoje é governador de SP, quer a Presidencia do Brasil em 2010 e nós não podemos deixar que isso aconteça.
Se a mídia não faz, fazemos nós .... repassem essa mensagem.

Parte do conteúdo do Dossiê Serra

1 -O nome José Serra aparece na condição de usuário de pelo menos uma conta que recebeu recursos do Banestado – a Tucano, com sede no JP Morgan, em Nova York –, sobre a qual pesam suspeitas de ter sido usada para movimentação de dinheiro ilegal.

2 -Existe um documento específico que indica que em novembro de 1999 este Serra ordenou uma movimentação de US$ 14 mil da Conta Tucano de Nova York em direção a uma outra conta em Miami, pertencente a uma empresa chamada Rabagi, cuja titularidade ainda não foi desvendada pela polícia.

3 -Dessa mesma Conta Tucano em Nova York, supostamente usada pelo ex-senador ou por um homônimo, teriam saído vários pagamentos para Valéria Monteiro, que trabalhou como apresentadora nos programas políticos de Serra durante a campanha eleitoral de 2002.

4 -Também chamou atenção da polícia que, da Conta Tucano tenha partido em 30 de março de 1999 um depósito para uma outra conta também batizada como Tucano, desta vez em Lugano, na Suíça.
Valor: US$ 500 mil.

5 -Essa mesma movimentação repetiu-se 24 horas depois. Em 31 de março, outros US$ 500 mil saíram da Conta Tucano de Nova York para a Tucano da Suíça.

6 -Gregório Marin Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Tudo isso e muito mais merecia ser investigado como foi investigado o PT, o governo Lula, mas eles fazem parte da direita, fazem parte da elite deste país, fazem parte do chamado grupo de "pessoas de bem".


Ana Acevedo
www.aacevedo.blig.ig.com.br

terça-feira, janeiro 09, 2007

Brasil Telecom confirma bloqueio ao YouTube

Segunda, 8 de janeiro de 2007, 16h16

A Brasil Telecom está mesmo bloqueando o acesso ao site YouTube para os seus assinantes. A medida, confirmada hoje pela assessoria de imprensa da empresa, cumpre a ordem judicial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, determinada por liminar na terça-feira passada. O bloqueio, antecipado por Terra no sábado com base em relatos de usuários e blogs, torna o site inacessível por conta da ação movida pela modelo Daniela Cicarelli e pelo namorado Tato Malzoni, flagrados em cenas íntimas em uma praia espanhola.

Fórum: deixe a sua opinião sobre a disputa
Brasileiros relatam bloqueio ao YouTube
Caso ganha repercussão internacional
Advogado diz que bloqueio não é censura
Questão é controversa, diz advogado
Cicarelli pode tirar YouTube do ar no Brasil

De acordo com a assessoria de imprensa da Brasil Telecom, o bloqueio é gerado no backbone - a infraestrutura de transferência de dados entre o Brasil e outros países - da empresa. A operação confirma a informação de Rubens Decoussau Tilkian, advogado do Cicarelli e Malzoni, de que o bloqueio seria efetuado desta forma - ele não revelou os nomes das companhias porque "o processo corre em segredo de Justiça".

A assessoria de imprensa da Embratel, que também detém um backbone, informou que a empresa já foi notificada pela Justiça, e que está efetuando uma análise técnica para viabilizar o seu cumprimento. Na semana passada, o desembargador Ênio Santarelli Zuliani havia esclarecido, no entanto, que o bloqueio era exigido somente para o vídeo do casal e não para o site inteiro.

Relatos

No sábado, usuários da Brasil Telecom relataram que não estavam mais conseguindo acessar o YouTube. O técnico em informática Alex Pereira Leite, de Goiás, escreveu que entrou em contato com a central do assinante, mas não obteve sucesso em descobrir a razão do bloqueio. "Conversei com vários amigos que tem o serviço por outras empresas, como Virtua ou Velox, e estes acessam normalmente o site", explicou. Assinantes do provedor Speedy também não encontram dificuldade.

A ilustradora Samanta Flôor, de Pelotas (RS), percebeu que o YouTube estava inacessível por volta das 17h25, mas não viu necessidade de ligar para a Brasil Telecom. O possível bloqueio ao site também se espalha por blogs brasileiros. "Amigos, sejam bem vindos novamente a 1984, ou seria 1964?", escreve o Novo-Mundo.org. "E-mails vindos de vários cantos do país reportam grande instabilidade em quase todo os serviços do Google, como Orkut, Gmail e o próprio site de Buscas", relatou o blog Google Underground (O YouTube foi adquirido pelo Google, no ano passado).

Inicialmente, Cicarelli e Malzoni entraram com duas ações, uma das quais exigindo que o vídeo fosse removido dos sites YouTube, Globo e Internet Group (IG), que faz parte das operações da Brasil Telecom. Somente as duas empresas brasileiras acataram decisão judicial. Por isso, uma terceira ação foi movida contraa o YouTube, na verdade, uma plataforma na qual os usuários publicam os próprios vídeos.

Boicote

Um site brasileiro já iniciou uma espécie de boicote à modelo Daniela Cicarelli. O endereço www.boicoteacicarelli.com recebe comentários de usuários, a maioria, ofensiva. "Como é que um desembargador manda fechar um site e deixa a Cicarelli e o tal de Tato soltos????", diz uma das mensagens. No Orkut, foi criada a comunidade "Cicarelli Devolva o Youtube!". "quero meus vídeos de músicaaaaaa", implora um usuário.
Redação Terra

Leia esta notícia no original em:
Terra - Tecnologia

P.S.
Para acessar o You Tube, basta alterar os parâmetros de acesso. Modificando a conexão para proxy com IP 200.65.127.163 porta 3128. Pronto!

Dois Pesos, Duas Medidas

"Prezados amigos
Mais uma vez nos curvamos ante a IMBECILIDADE da nossa justiça. Caso típico de CENSURA. Uma mulher PÚBLICA qualquer é flagrada transando com o namorado numa praia PÚBLICA, é filmada e como é uma mulher PÚBLICA foi colocada na WEB que é PRIVADA. Por quê a justiça PÚBLICA tem que CENSURAR o que foi disponibilizado para o que é privado? Só nas cabeças desses juizinhos mequetrefes que temos no Brasil.
O precedente é perigosíssimo. Qualquer dia esta nossa justiça de merda vai censurar "sites", "blogs" e até endereços privados. Aí vem um DESEMBARGADOR babaquara, Ênio Santarelli Zuliani, "explicar" o inexplicável; a CENSURA na comunicação privada. Esse "cara" ainda vem dizer que "o bloqueio só é exigido para o vídeo do casal". Não é uma gracinha? Além de péssimo juiz (como cavalgaduras dessa estirpe chegam a desembargador? Puro mistério...) o "cara" é ignorante total. Não faz a menor idéia do que vem a ser tirar um síte (ou parte dele) do ar...
Justiça CANALHA. A ignorante Justiça(?) brasileira inaugura a CENSURA na comunicação privada.
Abraços
C*"

*e-mail recebido de uma lista de discussão.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Extinção do gabinete da reforma agrária e cooperativismo é mais um erro da governadora

O deputado Dionilso Marcon (PT) lamenta que a agricultura familiar, cooperativismo e a reforma agrária não serão prioridades no governo do Estado. Segundo Marcon, um dos primeiros atos da governadora do Estado do Rio Grande do Sul foi a tentativa de aumentar impostos, porém derrotada na Assembléia Legislativa e o segundo foi extinguir, por decreto (44.862 de 05 de janeiro de 2007) os instrumentos governamentais de apoio à agricultura familiar, da reforma agrária e do cooperativismo agrícola gaúcho.
A extinção do Gabinete de Reforma Agrária e Cooperativismo representa, na prática, a falta de compromisso da governadora com os pequenos agricultores assentados, com os atingidos por barragens e daquelas famílias desalojadas de áreas indígenas. Segundo o petista, a governadora deixou claro que estará, nos próximos quatro anos, priorizando atender às políticas do grande latifúndio e do agronegócio gaúcho.

Marcon alerta que para o orçamento de 2007 o Gabinete da Reforma Agrária dispunha de R$ 20,7 milhões para operar convênios, processos e indenizações. Ele detalha, informando que para indenizações de agricultores desalojados das áreas indígenas e atingidos por barragens estavam previstos R$ 5,2 milhões; para a aquisição de imóveis (compra de terra) eram R$ 8,5 milhões; para o crédito fundiário (compra de terra pelos filhos de agricultores) estavam previstos R$ 2,2 milhões; para o custeio R$ 3,6 milhões; para a viabilização de assentamentos R$ 800 mil e para o Fundo de desenvolvimento e apoio ao cooperativismo (Fundecoop) são mais de R$ 1 milhão de reais.

Para o deputado Marcon, fica evidente que a governadora Yeda não aplicará os recursos no seu público alvo e só agravará a situação das famílias de agricultores desalojadas pelas barragens ou de terras indígenas. Segundo o petista, o governo Olívio, mesmo com a grave crise financeira, criou o gabinete de reforma agrária, aplicou os recursos e assentou 5.300 famílias em apenas quatro anos.

Editor: Jornalista Kiko Machado

sexta-feira, janeiro 05, 2007

"Que liberdade de imprensa é esta que acolhe sempre a voz dominante, a voz do mercado, dos poderosos?”


Com licença que eu vou ali no Paraná por 4 anos e já volto!



Enquanto proliferam em progressão geométrica as trapalhadas tucanas aqui em Pantalhópolis, eis que o Roberto Requião, re-eleito Governador do Paraná, botou pra quebrar e fez um discurso de posse que, coerente com o tom da sua campanha, é tão esquerdista que poderia muito bem ter sido o de Chávez, na Venezuela.

Obviamente que desde a campanha eleitoral do ano passado, já rolam discussões e muita gente quer Requião como candidato da esquerda à Presidência da República em 2010. Resta saber se o amadurecimento da esquerda, bem como do nosso processo democrático, será então suficiente para chegar a comportar um cenário destes. Voltaremos ao tema, certamente. Por enquanto, vale a pena ler, reler e guardar as palavras de Roberto Requião. Publicamos abaixo a parte final do discurso, a partir de sua fala sobre a mídia.. Pra quem quiser ler todo, está bem aqui.


trecho final do discurso

"(...) Por fim, não poderia faltar uma palavra sobre comunicação, imprensa, que vou dizê-la mesmo contra o conselho dos que querem “deixar disso”, e para desassossego dos pregadores da cordialidade.

O debate sobre o papel da imprensa no processo eleitoral ganhou o país. Pela primeira vez, em tantas décadas, a mídia foi colocada sob suspeita. E criticada, coisa que ela detesta mais que o satanás dá água benta.

A militância dos jornalões a favor de uma candidatura só não detectou quem não quis. Caso de má fé cínica ou de ignorância córnea?

Optaram sim por um lado, torceram e distorceram por ele e quando isso foi identificado e denunciado, reagiram dizendo que se ameaçava a liberdade de imprensa.

Não tiveram a coragem, o desassombro de assumir em editoriais a opção feita, mesmo que a não disfarçassem, mesmo que isso fosse refletido escandalosamente no tom reservado à cobertura de cada um dos candidatos.

Fizemos um estudo criterioso, científico, estatisticamente responsável sobre o comportamento da mídia paranaense nas eleições estaduais. Os resultados todos conhecem, pois os divulgamos amplamente.

Quando falamos em exclusão social e econômica, quando falamos sobre as desigualdades, os desequilíbrios, os privilégios nunca, ou quase nunca, fazemos referência ao monopólio da informação.

Nunca mencionamos o domínio da mídia por determinados interesses e, por conseqüência, o afastamento de suas páginas, de seu vídeo e áudio dos interesses dos dominados, dos apartados, dos segregados, dos discriminados, dos trabalhadores, do povo, enfim.

Que liberdade de imprensa é esta que acolhe sempre a voz dominante, a voz do mercado, dos poderosos? Que liberdade de imprensa é esta que restringe o acesso do povo e de suas manifestações? Que trata e maltrata os trabalhadores, quase sempre com desdém, com o corte da visão de classe senhorial?

Que liberdade de imprensa é essa que, quando critica, quando acusa, mesmo que distorcendo os fatos, concede à parte ofendida, quando muito, uma misericordiosa meia linha, para que “o outro lado” se manifeste? É o acepipe cinicamente ofertado antes da execução.

Não tenhamos ilusões, não sejamos ingênuos, não esperemos muito da grande mídia. Ela tem um lado, nós é que não aprendemos isso ainda e ficamos insistindo em um diálogo de surdos.

Hoje, apenas seis redes privadas controlam 667 veículos – emissoras de TV, de rádio e jornais diários – atingindo 87 por cento dos domicílios, em 98 por cento dos municípios brasileiros.

Há ainda quem ouse dizer que isso não é o monopólio da informação, que isso não é o controle da opinião pública, que isso não é uma verdadeira ditadura do pensamento dominante?

É salutar que finalmente o poder da grande mídia comece a ser colocado em xeque e a sua credibilidade como agente formador da opinião pública seja questionada.

Mas que comunicação queremos?

Queremos uma comunicação de interesse público. Que estimule o debate. Que tenha compromisso com a formação, a educação e a construção da cidadania. Que democratize e produza instrumentos de socialização da informação. Que crie, utilize e valorize espaços de mídia alternativos, como as rádios comunitárias, a internet, os eventos públicos.

Queremos uma comunicação que resista à hegemonia dos meios de comunicação de massa e crie referências críticas ao que eles veiculam, que não engulam tudo que os jornais nacionais, que as novelas buscam empurrar goela abaixo do povo.

Queremos uma comunicação que busque o envolvimento da sociedade e estimule a sua participação. Queremos uma comunicação de mão dupla, que interaja, que comunique a diversidade de opiniões. Queremos uma comunicação que favoreça a inclusão do maior número de cidadãos no debate político.
Nós queremos, enfim, uma comunicação popular, onde mil flores desabrochem e mil correntes de pensamento se rivalizem.

Paranaenses estes são os meus compromissos. E diante de minha mulher Maristela, dos meus filhos Maurício e Roberta, do Ricardo, renovo-os. Incluam-me em suas orações, peçam a Deus por mim, para que Ele me ilumine e me faça forte, firme e corajoso na defesa dos interesses do nosso povo.
Ao trabalho, que temos mais quatro anos para consolidar as transformações que iniciamos e dizer ao Brasil que o caminho do Paraná é o caminho da libertação, da independência, da altivez, do compromisso com os interesses nacionais e populares.

Afinal temos um lado. O lado da solidariedade, da generosidade. O lado do povo. O lado esquerdo do peito."

Roberto Requião, Governador do Estado do Paraná.
1º de Janeiro de 2007.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Isso que dá...

Ao elegerem uma paulista para governar nosso Estado, os gaúchos "politizados" e pantalhizados criaram um monstro. Além de tomar chimarrão de guardanapo de papel, a paulista dublê de governadora ainda não sabe qual o lado certo da nossa bandeira.
Interessante é que a foto foi veiculada na Zero Hora, um jornal de grande circulação aqui no estado, do grupo RBS, afiliada da Rede Globo, claro. No entanto ninguém fez a mais remota referência ao fato, no mínimo desrespeitoso.
Não bastando, o referido jornal apresenta erro justamente, única e exclusivamente, na página onde estaria estampada a foto ao lado. Vide link aqui

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Liberdade para... dominar!


O site resistir.info publicou, traduzido para português, este texto extraído do livro Aux origines de la tragédie arabe (Nas origens da tragédia árabe), de René Naba, escritor e jornalista francês cujas credenciais incluem nada mais nada menos que o comando da cobertura do mundo árabe-muçulmano da AFP (Agence Frence Presse) de 1980 a 1990. Pra quem quiser ler artigo, em inglês ou francês, do mesmo autor sobre o lançamento do France24 (bem como os riscos que envolvem tal iniciativa), canal francês internacional de notícias lançado no início de dezembro, é só clicar aqui.
Abaixo, reproduzimos um pedacinho do texto.


A estratégia midiática estadunidense 1945-2005


Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos desenvolveram um sistema de propaganda sem precedentes. Através de estruturas como o Congresso para a Liberdade e a Cultura, eles corromperam as elites intelectuais ocidentais. Depois, ao instrumentalizar a liberdade de informação, afogaram o mundo no seu ponto de vista único, graças a poderosas agências de imprensa e a uma gigantesca rede de rádios profanas e religiosas, como nos revela René Naba no seu último livro, Aux origines de la tragédie arabe [Nas origens da tragédia árabe], do qual reproduzimos aqui um excerto.


Do bom uso dos princípios universais


Os grandes princípios universalistas raramente derivam de considerações altruístas. Na maioria das vezes, eles respondem a imperativos materiais. Foi assim com o princípio da liberdade de navegação proclamada pela Inglaterra nos séculos XVII e XVIII para assegurar a sua supremacia marítima, e consequentemente a sua hegemonia comercial no resto do planeta. O mesmo aconteceu com o livre-câmbio decretado pelos países ocidentais nos séculos XIX e XX, de modo a coagir a China a escoar as mercadorias ocidentais para os seus mercados internos em nome da "política da porta aberta". E assim viria a ser com o "princípio da liberdade de informação" firmemente defendido pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, com o intuito de estabelecerem a sua supremacia ideológica nos quatro domínios que condicionam o poder: político, militar, económico e cultural.

Na sua batalha ideológica pela conquista do imaginário dos povos, garantia essencial da perenidade de uma nação, os Estados Unidos desenvolveram uma argumentação baseada sobre uma dupla articulação, um argumento intelectual, o princípio da liberdade de circulação de informação e de recursos, um argumento prático, o pressuposto de que os Estados Unidos são a única grande democracia no mundo que não dispõe de um ministério da cultura, nem de um ministério da comunicação, prova irrefutável, segundo eles, de um regime de liberdade.

Apresentado como o antídoto absoluto para o fascismo e para o totalitarismo, o princípio da liberdade de informação, constitui um dos grandes dogmas da política estadunidense do pós-guerra, o seu principal tema de propaganda. É uma formidável máquina de guerra que responde a um objectivo duplo. Quebrar, por um lado, o cartel europeu da informação, principalmente o monopólio britânico dos cabos transoceânicos que assegura – via Cable and Wireless – a coesão do Império e confere uma posição preponderante à agência britânica de informação Reuters, e acessoriamente, a preeminência da Agência francesa Havas, a futura Agência France Presse (AFP) na América Latina, zona de interesse prioritário dos Estados Unidos.

Neutralizar, por outro lado, toda a crítica através da eliminação de toda a concorrência europeia que pudesse apresentar, aos leitores, os Estados Unidos em termos pouco elogiosos, a imagem desvalorizada do cow-boy americano mascando pastilha elástica, ou ainda mais grave, a segregação racial e os linchamentos do Klu Klux Klan, ou ainda o grande banditismo da época da proibição. Sob uma liberdade aparente irrompia já o controlo. Toda a literatura vai teorizar sobre esse princípio da liberdade de informação e dar uma roupagem moral a uma política de expansão.

Pra ler todo - resistir.info.

terça-feira, janeiro 02, 2007

LULA VOLTA PARA A ESQUERDA

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 60

. O fio que conduziu o discurso de posse do Presidente Lula foi o compromisso com o povo.

. Quem esperava um programa econômico de impacto; os detalhes de uma reforma política; ou uma reforma das instituições que controlem a segurança pública, se frustrou.

. Lula relembrou a origem e as dificuldades de uma infância pobre.

. Como fez poucas vezes na vida, lembrou que subiu num ”pau de arara” como retirante.

. O Bolsa Família não é uma “distribuição de migalhas”, como dizem a oposição e a imprensa – “dá o peixe mas não ensina a pescar”.

. O Bolsa família é a “socialização de cidadania”, disse Lula.

. O programa educacional é um programa de distribuição de cidadania – segundo Lula – e uma forma de combater a desigualdade social.

. Crescer é ter conhecimento; ser forte é produzir conhecimento, disse Lula. O sonho dele é democratizar o acesso à universidade.

. Dentro de 10, 15 anos, ele acredita, teremos uma nova geração de intelectuais e artistas, que hoje são pobres. (Aplausos)

. Lula vai governar para todos, mas o coração dele está onde sempre esteve – com os pobres, com o povo.

. No discurso no parlatorio, Lula retomou o trilho e disse: “não se enganem”. Ele vai governar para todos, mas vai agir como uma mãe e ser mais cuidadoso com os mais necessitados, com os mais fragilizados .

. Ainda no parlatorio, disse que o país precisa crescer, mas não como no passado, quando o pais crescia e o povo continuava pobre.

. É razoavelmente inútil querer saber se Lula é de centro ou de esquerda.

. Fernando Henrique se considera de esquerda e governou para a direita.

. O discurso de posse do Governador José Serra na Assembléia Legislativa, ressaltou “a crise de valores”.

. Quer dizer, a oposição fica também onde estava – na denuncia da crise de valores. Bandeira que mobilizou 31% do eleitorado, no segundo turno.

. Lula governou e vai governar para esquerda.

. Lula vai para onde sempre esteve: a esquerda.

Do Conversa Afiada

As vacas leiteiras das dívidas pessoais

A indústria do cartão de crédito e o capitalismo predatório
por Charles Sullivan [*]

O negócio em expansão dos cartões de crédito é uma das indústrias mais lucrativas e destrutivas que já emergiram na inventiva mente capitalista. O Citibank está ajuntar mais dinheiro do que a Microsoft e a Wal-Mart. São realizados lucros obscenos sem levantar um dedo para efectuar qualquer trabalho físico. Em 2004, uma única companhia de cartões de crédito — a MBNA — realizou 1,5 vezes mais lucros do que a McDonald's, o gigante da indústria do fast food. Receber sobre as dívidas de cartões de créditos é um negócio muito lucrativo.

Com origens no Dakota do Sul, a moderna indústria dos cartões de crédito começou a realizar lucros obscenos devido à desregulamentação. O Supremo Tribunal também desempenhou um papel chave na expansão dos lucros da indústria bancária ao elevar os limites para a quantidade de taxas adicionais que as companhias de cartões de créditos poderiam cobrar aos seus clientes. Agora, o céu é o limite. A desregulamentação da indústria resultou na espoliação sistémica dos clientes através de práticas que só podem ser descritas como deliberadas e predatórias por natureza.

Estima-se de diversas maneiras que este ano os cartões de débito representarão cerca de 26% do volume das vendas a retalho entre os feriados do Dia de Acção de Graças [1] e o Natal, mais 3% do que em 2005. O período de compras mais intenso do ano não ocorre na Sexta-feira Negra [2] , como é geralmente relatado, mas entre 11 e 17 de Dezembro. Durante este intervalo os americanos provavelmente gastarão US$ 34 mil milhões em compras com cartões de crédito e de débito; e aproximadamente US$ 86 mil milhões entre o Dia de Acção de Graças e o Natal. Milhares de milhões mais serão gastos em cartões de crédito emitidos por lojas. No total, os americanos aumentarão a dívida com cartões de crédito em mais US$ 135 mil milhões neste período festivo.

Até à data, o volume de cartões de crédito está a ser 11% mais elevado do que no ano passado. A National Retail Federation estima que os consumidores americanos gastarão mais US$ 454 mil milhões durante o período festivo deste ano, incluindo compras a dinheiro. Isto representa um aumento de 5% em relação ao ano passado, ao passo que a VISA USA estima que as vendas a retalho globais para o período festivo de 2006 aumentem 7,5%. Este números são tão incríveis que se tornam difíceis de percepcionar.

Pagar apenas as quantias mínimas mensais, como fazem muitas famílias em dificuldades, pode exigir mais de trinta anos para liquidar um vestido ou uma ferramenta comprada no centro comercial local na Sexta Feira Negra. Isto os tornam prendas muito caras e todos os anos dívida adicional acumula-se à velha, de modo que a sua destrinça é muito difícil ou mesmo impossível. Mas esta é a ideia por trás do capitalismo predatório. Os que estão ao par da indústria referem-se à pequena percentagem de possuidores de cartões que não conseguem um equilíbrio mensal por estarem 'inteiramente exauridos'. As armadilhas para o consumidor são engendradas dentro do sistema de modo a quase garantir que os utilizadores do cartão acabem por atrasar os seus pagamentos ou exceder os seus limites de crédito.

Quando os utilizadores do cartão atrasam seus pagamentos, como os complexos algoritmos utilizadores pelos emissores do cartão prevêem que façam, as taxas de juro ascendem dramaticamente e múltiplas taxas de utilizador são acrescentadas à conta mensal. Milhões de utilizadores de cartão gastam a maior parte do seu rendimento a pagar taxas de utilizador exorbitantes, sem reduzir o balanço mensal nem mesmo minimamente. Os banqueiros estão a arrecadar milhares de milhões, enquanto famílias da classe trabalhadora estão a tornar-se escravas da dívida junto ao capitalistas predatórios da indústria do cartão de crédito. Isto foi tornado possível com as bênçãos do Congresso, a operar sob a influência dos lobbystas corporativos que enxameiam o Capitol Hill como vermes sobre um cadáver.

As leis da bancarrota que outrora proporcionavam às pessoas trabalhadoras um meio de escaparem à dívida já não estão disponíveis como caminho de saída. Deveria ser observado, entretanto, que os tribunais de bancarrotas permanecem abertos para as corporações e proporcionam-lhe alívio da dívida, uma oportunidade para recomeçarem com um passado limpo.

Assim, os banqueiros ladrões continuarão a roubar as famílias trabalhadoras até a morte as levar, e então o fardo da dívida é passado para o parente. Mais do que uma vaca leiteira concebida para defraudar o povo do seu rendimento ganho duramente, a dívida dos cartões de crédito é também um meio de controlar os devedores e mantê-los na linha, e é uma grande frente de batalha na guerra de classe que assola através do continente.

Tal como as galinhas geneticamente modificadas para terem grandes peitos anormais, o consumidor americano é adestrado para consumir e ser consumido pelos capitalistas predatórios. Eles são capturados por campanhas de publicidade sedutoras que alimentam a compulsão para o consumo, não importa quão destrutivo para si próprio ou para o planeta.

Os contratos de cartões de créditos são tão complexos e deliberadamente enganosos que poucos consumidores, ou mesmo juristas, podem compreende-los plenamente; e eles são minados com armadilhas escondidas e ciladas que garantem produzir dívidas para toda a vida.

A partir das estatísticas citadas anteriormente deveria ficar claro que as pessoas apresentam-se nuas e vulneráveis diante dos capitalistas predatórios e dos seus comparsas no governo. A dívida pessoal maciça é ainda outro exemplo de um sistema orientado para o lucro que não funciona para o povo trabalhador deste país. A confiança que deveria prosperar entre pessoas e governo já não existe, deixando a maioria dos cidadãos sem representação. O capitalismo predatório cria enorme riqueza para uns poucos privilegiados através da exploração de trabalhadores que estão a tentar sobreviver trabalhando em múltiplos empregos que rendem salários que não dão para viver, e poucos ou nenhuns benefícios.

Virtualmente todas as instituições financeiras neste país, incluindo a Reserva Federal, estão dispostas contra as famílias trabalhadoras. O Congresso está a operar para o big business e não para famílias trabalhadoras, como se evidencia nas suas decisões políticas e registos de votos. Vamos ser claros acerca do lado em que eles estão.

Métodos cada vez mais criativos de espoliar o povo estão a ser armados nas salas dos conselhos de administração da América e diligentemente transformadas em lei pelo Congresso. Milhões de trabalhadores encontram-se então enterrados sob uma avalanche de dívida da qual nunca escaparão. Os devedores são uma vaca leiteira para as indústrias do cartão de crédito e da banca cujo abastecimento de leite é infindável. Finalmente exigirão de nós que trabalhemos até morrer, pois nossos credores e o Congresso trabalham em conluio para sangrar-nos até à morte e empanturrarem-se com o nosso trabalho e o nosso sofrimento.

A baixa estima em que os trabalhadores são tidos na América pela plutocracia dirigente sublinha a realidade de que ninguém olha pelos nossos interesses. Mas devemos lembrar que abrangemos cerca de 95% da população. Nosso baixo posicionamento nos degraus económicos da escada assegura que permaneceremos no fundo da escala social, tanto a sobreviver como a perecer com as migalhas que caem das mesas dos ricos, garantindo dessa forma a nossa contínua servidão para com eles. Isto também demonstra a necessidade de nos organizarmos como classe e ascendermos em conjunto contra os predadores corporativos que estão a sangrar-nos da vida, liberdade e busca da felicidade.


14/Dezembro/2006

[1] Dia de acção de graças nos EUA: Feriado na quinta-feira da quarta semana de Novembro.
[2] Sexta-feira negra: o dia seguinte ao Dia de acção de graças. É o dia que os comerciantes americanos consideram que saem do vermelho (prejuízo) e começam a ter lucro.

Fontes: BCS Alliance www.Cardweb.com PBS Frontline, November 28, 2006

[*] Fotógrafo, escritor free-lancer e activista social de West Virginia, EUA. O autor agradece comentários para o email csullivan@phreego.com .

O original encontra-se em http://www.uruknet.de/?p=m29017&hd=&size=1&l=e

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .